
- A Nissan irá cortar mais de 10.000 empregos em todo o mundo, totalizando cerca de 20 mil, representando 15% de sua força de trabalho
- A empresa estima um prejuízo líquido de até US$ 5 bilhões devido a encargos e custos com reestruturação
- A Nissan desistiu de construir uma fábrica de baterias no Japão, impactando seus planos de crescimento na eletrificação
A Nissan Motors está prestes a realizar cortes drásticos em sua força de trabalho, com o anúncio de demissões que totalizam mais de 10.000 postos de trabalho em todo o mundo. Dessa forma, elevando o número de cortes para cerca de 20 mil ou 15% de seus funcionários.
A medida foi revelada pela emissora pública japonesa NHK nesta segunda-feira (12). A montadora, que já havia divulgado sua intenção de reduzir sua capacidade de produção e cortar milhares de empregos, parece caminhar para um cenário de reestruturação ainda mais severo.
Embora a Nissan não tenha se pronunciado oficialmente sobre o assunto, o impacto das demissões está se tornando cada vez mais claro. À medida que a empresa se prepara para anunciar seus resultados financeiros para o ano comercial encerrado em março.
O presidente-executivo da empresa, Ivan Espinosa, que assumiu o cargo no mês passado, está no comando de uma reestruturação que inclui a redução de custos e a eliminação de postos de trabalho em diversas fábricas e regiões.
Prejuízo recorde e novos desafios financeiros
A Nissan também alertou no mês passado que os resultados financeiros do ano provavelmente trarão um prejuízo líquido recorde, variando entre 700 bilhões a 750 bilhões de ienes (aproximadamente US$ 4,74 bilhões a US$ 5,08 bilhões).
Esses números alarmantes estão relacionados a encargos com reestruturação e operações. Dessa forma, refletindo a dificuldade da montadora em se manter competitiva diante de um mercado automotivo global em constante transformação.
Com uma base de mais de 133 mil funcionários em março do ano passado, a Nissan já havia anunciado um plano de cortes de 9.000 empregos em novembro. Assim, acompanhado pela redução de 20% de sua capacidade global de produção.
Além disso, a empresa confirmou o fechamento de uma fábrica na Tailândia até junho. E, ainda, a possível desativação de outras duas unidades de produção, cujas localizações ainda não foram divulgadas.
Suspensão do projeto de fábrica de baterias
Outro golpe duro na estratégia de crescimento da Nissan foi o cancelamento de um projeto de fábrica de baterias para veículos elétricos no Japão. A montadora havia planejado um investimento de US$ 1,1 bilhão para construir a unidade na ilha de Kyushu, onde receberia subsídios do governo japonês.
No entanto, a Nissan desistiu do projeto na última sexta-feira (9), uma decisão que reforça a pressão financeira sobre a empresa. Além do seu compromisso em reduzir custos para sobreviver no mercado global.
Com a implementação dessas medidas de reestruturação, a Nissan está fazendo ajustes significativos em sua operação global.
A decisão de demitir milhares de trabalhadores e cancelar planos de expansão de produção reflete uma estratégia agressiva para tentar equilibrar os prejuízos financeiros e reagir à nova realidade do mercado automotivo, que tem sido fortemente influenciado pela transição para a eletrificação e a concorrência acirrada.