Notícias

Petrobras anuncia "desprivatização" da Refinaria de Mataripe

O anúncio oficial, aguarda os últimos detalhes na formatação do contrato entre Acelen e Petrobras, está previsto para divulgação em semanas.

Petrobras anuncia “desprivatização” da Refinaria de Mataripe Petrobras anuncia “desprivatização” da Refinaria de Mataripe Petrobras anuncia “desprivatização” da Refinaria de Mataripe Petrobras anuncia “desprivatização” da Refinaria de Mataripe
Imagem/Reprodução Petrobras
Imagem/Reprodução Petrobras
  • Em breve, a Petrobras deverá reassumir o controle da refinaria de Mataripe, localizada no Recôncavo Baiano
  • Fontes consultadas indicam que já houve acordo sobre o preço e os prazos da operação com a Mubadala Capital
  • Desde que a Acelen comprou a refinaria por US$ 1,65 bilhão em 2021, o ativo tem gerado controvérsias

Em breve, a Petrobras deverá reassumir o controle da refinaria de Mataripe, localizada no Recôncavo Baiano e vendida à Acelen em 2021. Fontes consultadas indicam que já houve acordo sobre o preço e os prazos da operação com a Mubadala Capital, controladora da Acelen.

Espera-se que Acelen e Petrobras finalizem os detalhes contratuais nas próximas semanas para realizar o anúncio oficial. A transferência efetiva da refinaria está programada para ocorrer até o primeiro trimestre do próximo ano. Mataripe, a segunda maior refinaria do país, representa 14% da capacidade de refino brasileira.

Desde que a Acelen comprou a refinaria por US$ 1,65 bilhão em 2021, o ativo tem gerado controvérsias, especialmente após a mudança de governo em 2023, e o próprio Mubadala tem manifestado interesse em devolvê-lo para a estatal.

A Acelen informou que as negociações estão sendo conduzidas pela Mubadala Capital. Por outro lado, a Mubadala preferiu não comentar o assunto. Em relação à Petrobras, foi esclarecido que não houve decisão da Diretoria Executiva ou do Conselho de Administração neste sentido.

A venda de Mataripe para a Mubadala, no entanto, ocorreu no contexto dos desinvestimentos da Petrobras. Em 2019, a estatal assinou um termo de compromisso com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para vender metade de seu parque de refino, encerrando, dessa forma, uma investigação sobre conduta anticompetitiva no setor. Este movimento visava também tornar a petroleira mais enxuta e eficiente, alinhado com a política adotada pelo governo Michel Temer, que iniciou em 2016.

Devolução do ativo

Em maio deste ano, o Cade atendeu a um pedido da Petrobras e liberou a estatal do compromisso anterior, permitindo assim a possibilidade de reaver o controle do ativo. No entanto, as tensões entre Acelen e Petrobras já vinham se intensificando desde o início do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Lula tem enfatizado a importância de a Petrobras aumentar seus investimentos em refinarias e critica a venda da Acelen, bem como de outras duas refinarias (Manaus, no Amazonas, e Clara Camarão, no Rio Grande do Norte), realizadas durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, considerando tais decisões um erro.

A Acelen, atual controladora da refinaria de Mataripe, continua sendo cliente da Petrobras, que fornece o óleo cru essencial para suas operações. No entanto, desde a mudança de governo, a Acelen tem enfrentado pressões significativas por parte da estatal. Essas pressões incluem a venda de petróleo a preços mais elevados e com composição química inadequada, o que tem impactado negativamente os resultados do negócio.

A Petrobras argumenta que não é a única fornecedora de óleo cru no Brasil, destacando que a produção de seus concorrentes excede a capacidade de processamento dos refinadores independentes. No entanto, a Acelen optou por continuar comprando seu petróleo da Petrobras devido a considerações técnicas e econômicas.

Após meses de conflito, a Mubadala concordou em iniciar negociações para devolver o controle da refinaria. As conversas foram iniciadas no final do ano passado e agora estão chegando à fase final de conclusão.

Rocha Schwartz
Paola Rocha Schwartz

Estudante de Jornalismo, movida pelo interesse em produzir conteúdos relevantes e dar voz a diferentes perspectivas. Possuo experiência nas áreas educacional e administrativa, o que contribuiu para desenvolver uma comunicação clara, empática e eficiente.

Estudante de Jornalismo, movida pelo interesse em produzir conteúdos relevantes e dar voz a diferentes perspectivas. Possuo experiência nas áreas educacional e administrativa, o que contribuiu para desenvolver uma comunicação clara, empática e eficiente.