
- A meta é sair de 100 mil para mais de 200 mil barris por dia, com avanço nos campos de Wahoo e Peregrino.
- A alta do petróleo global, causada pela guerra no Oriente Médio, fortalece os preços e impulsiona o setor.
- A Prio aposta em ativos sinérgicos, operações integradas e navios próprios para aumentar rentabilidade.
A petroleira Prio (PRIO3), maior empresa independente do setor de óleo e gás no Brasil, está se preparando para um salto histórico em sua produção. Segundo o CEO Roberto Monteiro, a meta é dobrar a produção de petróleo até o ano que vem, alcançando mais de 200 mil barris por dia — número que representa o dobro dos 100 mil barris registrados no último ano.
A companhia anunciou a previsão nesta segunda-feira (23), durante o evento que celebrou seus 10 anos. A alta projetada considera o avanço nos projetos dos campos de Wahoo e Peregrino, dois ativos estratégicos para a expansão da Prio. No caso do Wahoo, a empresa aguarda apenas a autorização do Ibama para conectar os poços à infraestrutura existente e iniciar as operações.
Alta da produção coincide com guerra e petróleo em disparada
A ambiciosa expansão da Prio surge em um momento delicado para o mercado global. A intensificação das tensões no Oriente Médio, com destaque para o estreitamento das rotas de exportação de petróleo, fez o valor do barril disparar na última semana. Em meio a esse cenário, o CEO foi direto:
“É um horror dizer que uma guerra é uma coisa positiva, mas é uma realidade”, disse Monteiro, ao comentar os efeitos da crise geopolítica sobre os preços internacionais da commodity.
De acordo com o executivo, o Brasil tem se destacado como um porto seguro no setor energético, graças à sua estabilidade política e alta produtividade. A Prio, por sua vez, aposta fortemente nessa vantagem competitiva para manter seu ritmo de crescimento.
Ao mesmo tempo em que acompanha o noticiário internacional, Monteiro enfatizou que as decisões estratégicas da empresa não são pautadas por eventos externos, mas sim pela eficiência operacional. Isso inclui desde a escolha dos ativos até o uso de navios-plataformas próprios, o que dá mais autonomia e controle sobre as operações.
Sinergia, retorno e expansão marcam estratégia da Prio
Segundo o CEO, o sucesso da Prio passa por uma filosofia clara: operar com eficiência, reduzindo custos e maximizando o retorno sobre o investimento. Por isso, a empresa estrutura seu portfólio com foco em campos marítimos próximos entre si, o que gera sinergias logísticas e operacionais importantes.
Monteiro destacou que a empresa está em um momento decisivo e que os projetos atuais foram cuidadosamente planejados com foco na produtividade. A compra do campo de Peregrino, por exemplo, se encaixa na lógica de crescimento com ativos que dialogam com a infraestrutura já existente da companhia, fortalecendo a rentabilidade da operação.
Além disso, a Prio segue com um olhar atento para novas oportunidades, tanto no mar quanto na bolsa de valores. Ainda nesta semana, a companhia decidirá se participará do próximo leilão de petróleo da União, promovido pela Pré-Sal Petróleo (PPSA) na B3. Monteiro revelou que a companhia já participou de edições anteriores e avalia a continuidade. “São sempre coisas muito pequenas, mas que auxiliam no nosso trade de petróleo”, pontuou.