Passo atrás

Petróleo despenca quase 8% após ataque “calculado” do Irã a base dos EUA

Brent e WTI registram fortes quedas com alívio no risco de guerra; gás natural também recua 3,5%.

bombas petroleo
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  • O Irã coordenou o ataque à base americana no Catar, que não causou danos graves e reduziu o temor de guerra.
  • Brent caiu 6,82% e WTI recuou 7,41%, com mercado revertendo o “prêmio de risco” embutido nos preços.
  • Gás natural também caiu 3,55%, refletindo alívio geral nas tensões geopolíticas no Oriente Médio.

O petróleo despencou nesta segunda-feira (23), após o Irã lançar mísseis contra uma base americana no Catar. Sendo assim, apesar da retaliação, autoridades consideraram o ataque “controlado”, o que ajudou a reduzir o temor de uma guerra de grandes proporções. Então, o resultado foi uma queda abrupta nos preços do petróleo e do gás natural.

Nesse cenário, por volta das 15h36 (horário de Brasília), o Brent recuava 6,82%, cotado a US$ 70,34, enquanto o WTI caía 7,41%, para US$ 68,40. Já o gás natural para agosto recuava 3,55%, negociado a US$ 3,810.

Investidores veem alívio no risco de conflito

O mercado reagiu à percepção de que o ataque iraniano foi estrategicamente calculado. Segundo autoridades do Catar, os mísseis não causaram danos significativos. Além disso, o governo iraniano teria avisado com antecedência para evitar vítimas civis. Por isso, não houve resposta imediata por parte dos EUA, o que reforçou a sensação de contenção.

Com isso, o “prêmio de guerra” embutido nas cotações do petróleo nos últimos dias começou a ser revertido. O temor de uma escalada entre Irã, Israel e EUA, que havia impulsionado os preços, perdeu força após a ação ser vista como simbólica.

O estreitamento de diálogo entre as potências regionais e o posicionamento moderado da Casa Branca contribuíram ainda mais para o clima de trégua temporária. Como resultado, o Brent e o WTI registraram as maiores quedas em semanas.

Ataque à base de Al-Udeid, no Catar

O ataque ocorreu na manhã desta segunda-feira e teve como alvo a base aérea de Al-Udeid, principal instalação americana no Oriente Médio. A base abriga o Comando Central dos EUA e cerca de 10 mil militares e civis.

Apesar da gravidade do alvo, os sistemas de defesa catarianos interceptaram os mísseis, segundo autoridades locais. O Catar afirmou que se reserva o direito de agir conforme o direito internacional, mas evitou escalar a resposta. Os EUA, por sua vez, mantêm monitoramento constante, mas sem anunciar novas ações militares até agora.

Vale lembrar que o ataque foi uma reação à destruição de infraestruturas iranianas estratégicas, incluindo a usina nuclear de Fordo e um quartel da Guarda Revolucionária, em bombardeios conduzidos por Israel com apoio dos EUA no final de semana.

Petróleo e gás reagem a menor risco de ruptura

O Brent, referência internacional, sofreu queda de quase 7% com o alívio no risco de bloqueio de oferta. O ataque não atingiu refinarias, oleodutos ou navios, o que tranquilizou os operadores.

O WTI, índice americano, teve uma desvalorização ainda maior, refletindo o impacto direto sobre o mercado dos EUA. Como não houve vítimas ou danos estruturais na base de Al-Udeid, o risco de uma resposta militar mais ampla também caiu.

Enquanto isso, o gás natural recuou em linha com o petróleo. A ausência de bloqueios no Estreito de Ormuz, principal corredor de exportação de energia do Golfo, reforçou a perspectiva de continuidade no fornecimento global.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.