
- Parlamento do Irã aprovou fechamento do Estreito de Ormuz após ataque dos EUA.
- Medida ainda depende de aval do líder supremo, mas já provocou reação global.
- Estreito é rota por onde passa 1/5 do petróleo mundial e seu fechamento pode gerar crise energética e disparada expressiva nos preços do petróleo.
O Parlamento iraniano aprovou neste domingo, 22 de junho de 2025, uma medida para fechar o Estreito de Ormuz, uma importante rota marítima. A decisão foi tomada em resposta ao que o Irã descreve como um aumento da presença militar dos Estados Unidos na região.
A proposta, votada de forma simbólica pelos parlamentares, foi classificada como uma “resposta proporcional” às ações norte-americanas, que, segundo o governo iraniano, “violam a soberania nacional”. Embora o fechamento ainda dependa de autorização do líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, o gesto já reverberou entre líderes internacionais e investidores.
O ministro da Defesa do Irã, Mohammad Reza Ashtiani, alertou que o país não hesitará em tomar “medidas firmes” caso os EUA continuem com o que chamou de “ações agressivas e ilegais”. Autoridades militares locais já monitoram embarcações estrangeiras na região, enquanto a Guarda Revolucionária intensifica patrulhas costeiras.
O Departamento de Estado norte-americano, por sua vez, defende que os recentes ataques miraram estruturas ligadas a milícias apoiadas por Teerã, acusadas de planejar atentados contra forças ocidentais no Golfo Pérsico.
A importância do estreito do Ormuz para o preço do petróleo
O Estreito de Ormuz é uma passagem estratégica por onde transita uma parcela significativa do petróleo mundial. Cerca de um terço do petróleo comercializado por via marítima passa por essa via, tornando-a crucial para o abastecimento energético global.
Analistas internacionais estão acompanhando de perto os desdobramentos, pois o fechamento do estreito poderia ter sérias implicações para o mercado global de petróleo e para a estabilidade geopolítica do Oriente Médio.
Ações que se beneficiam do fechamento do estreito do Ormuz
Se o Estreito de Ormuz for de fato fechado ou ameaçado, o petróleo tende a subir significativamente de preço devido à redução na oferta global. Esse cenário beneficia diretamente empresas exportadoras ou produtoras de petróleo, bem como companhias ligadas à cadeia de óleo e gás.

1. PRIO3 (Prio)
- Por que se beneficia?
A Prio é uma das maiores petrolíferas independentes do Brasil, com foco em campos maduros. Seu modelo de negócios é altamente sensível ao preço do barril. Quando o Brent sobe, sua margem aumenta significativamente.
2. PETR4 / PETR3 (Petrobras)
- Por que se beneficia?
A gigante estatal lucra mais com o petróleo caro, pois seus custos de produção são baixos em comparação ao preço de venda. Além disso, exportações crescem com o petróleo mais valorizado.
3. RECV3 (PetroReconcavo)
- Por que se beneficia?
Atua na produção onshore (em terra), com custo de extração baixo. Com o petróleo mais caro, a lucratividade dispara.
4. ENAT3 (Enauta)
- Por que se beneficia?
Focada em ativos offshore, especialmente o Campo de Atlanta. Sua receita cresce diretamente com a valorização do barril.
5. UGPA3 (Ultrapar)
- Por que se beneficia?
Dono da Ipiranga, o grupo atua na distribuição de combustíveis. Embora possa enfrentar pressões de margem, se beneficia indiretamente da movimentação do setor de óleo e gás.
6. RAIZ4 (Raízen)
- Por que se beneficia?
Atua na distribuição de combustíveis e etanol. Apesar de o impacto não ser direto como nas petroleiras, a valorização do petróleo puxa para cima os preços dos derivados, beneficiando sua receita.
Além disso, empresas com foco em exploração e produção (E&P) são as mais beneficiadas, especialmente as que exportam.
A valorização do dólar frente ao real, que normalmente acompanha essas tensões geopolíticas, também ajuda empresas exportadoras.
Efeitos negativos
Por outro lado, companhias aéreas, de transporte e setores que usam muito combustível (como logística) são prejudicadas com o petróleo mais caro.
O petróleo bruto serve de base para gasolina, diesel e gás de cozinha. Quando o barril sobe:
- Gasolina e diesel encarecem nas bombas, impactando diretamente o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
- O GLP (gás de cozinha) também sobe, afetando famílias de baixa renda.
- No Brasil, a Petrobras costuma seguir a paridade internacional, o que repassa a alta do petróleo aos preços internos, mesmo com produção local.