
- Quadrilha desviou R$ 1,2 bilhão em ataques anteriores e mirava verba da Caixa
- Plano envolvia acesso a programas federais e recursos orçamentários
- Uma denúncia interna frustrou a ação, e a PF prendeu oito acusados
A Polícia Federal prendeu oito suspeitos de integrar uma quadrilha de hackers que já havia desviado R$ 1,2 bilhão em ataques a instituições financeiras. O grupo, que invadiu as Contas PI do Banco Central, planejava um novo golpe ainda maior contra a Caixa Econômica Federal.
Nesse sentido, segundo as investigações, os criminosos pretendiam acessar verbas do varejo, créditos orçamentários e até programas sociais do governo federal. Um gerente da Caixa denunciou o caso, acionou as autoridades e frustrou a ação.
Hackers já tinham faturado R$ 1,2 bi
O grupo ficou conhecido após dois grandes ataques que resultaram no desvio de R$ 800 milhões de oito bancos em junho e outros R$ 710 milhões em agosto. O Banco Central bloqueou parte dos valores, mas as perdas líquidas ainda somam cifras bilionárias.
Assim, a estratégia envolvia empresas de tecnologia parceiras do sistema financeiro, como a C&M e a Sinqia, que interligam bancos ao Pix. Em ambos os casos, os hackers cooptaram funcionários para obter acesso privilegiado.
Desse modo, o maior prejuízo foi registrado pelo Banco BMP, que perdeu R$ 479 milhões, seguido do HSBC, alvo do segundo ataque.
Plano contra a Caixa
Na última sexta-feira (12), a quadrilha planejava obter máquinas com credenciais de VPN da Caixa para acessar remotamente os sistemas do banco. O contato seria viabilizado por funcionários cooptados dentro da instituição.
Além disso, o golpe mirava não só os recursos da Conta PI, mas também fundos destinados a programas sociais e despesas públicas. A ofensiva, se concluída, poderia causar danos ainda maiores ao sistema financeiro nacional.
Portanto, a desconfiança de um gerente da Caixa em São Paulo foi crucial para impedir a operação, levando à ação rápida da Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos (Deleciber).
Reação das autoridades
Após os ataques, o Banco Central anunciou novas normas de segurança para operações no Pix realizadas por instituições de pagamento. As medidas incluem maior rastreabilidade e protocolos de proteção para prestadores de serviços.
Ademais, a PF destacou que a prisão dos oito acusados não encerra o caso, já que a rede de hackers é considerada estruturada e com ramificações internacionais.
Por fim, os detidos negam participação nos crimes, mas seguem sob investigação. A expectativa é de que novas prisões ocorram nas próximas fases da operação.