URGENTE: Plataforma da Petrobrás pega fogo na Bacia de Campos. Campo estava em processo de venda

Na manhã desta segunda-feira (21), uma forte explosão seguida de incêndio atingiu a plataforma PCH-1, operada pela Petrobras, no campo de Cherne, na Bacia de Campos, litoral norte do Rio de Janeiro. O incidente ocorreu por volta das 7h25 e mobilizou equipes de emergência especializadas, incluindo embarcações de combate a incêndio.

O fogo foi controlado por volta das 11h25, após cerca de quatro horas de trabalho intenso. De acordo com informações de portais locais, como medida de segurança, o escoamento de gás foi interrompido e as comunicações da plataforma ficaram comprometidas.

Durante o incidente, um trabalhador caiu no mar e foi resgatado com queimaduras, sendo encaminhado consciente para atendimento médico. A Petrobras informou que todos os 176 trabalhadores a bordo foram contabilizados e estão em segurança. Embora não haja informações sobre danos ambientais, o episódio reacendeu preocupações quanto à segurança nas unidades offshore da companhia.

O Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF) manifestou preocupação com o ocorrido, atribuindo a frequência de acidentes à falta de investimentos e ao sucateamento da infraestrutura nas plataformas da Bacia de Campos. A entidade afirma que continuará acompanhando o caso, indicará representante para a Comissão de Apuração do Acidente e levará a denúncia aos órgãos competentes, reforçando seu compromisso com a segurança e a dignidade dos trabalhadores do setor petrolífero.

Venda do campo para a Perenco

Em abril/2024, a Petrobras anunciou a cessão da totalidade de sua participação nos campos de Cherne e Bagre, localizados em águas rasas da Bacia de Campos, para a empresa Perenco, em uma operação avaliada em US$ 10 milhões.

Os campos, que fazem parte do Polo Garoupa e estão sem produzir desde 2020, foram hibernados em meio à crise da Covid-19 e estavam em processo de descomissionamento. Com a transferência, há expectativa de retomada da produção sob gestão da nova operadora, o que, segundo a Petrobras, representa uma alternativa mais vantajosa em comparação à devolução das concessões à ANP.

A transação foi formalizada em abril de 2024, com pagamento inicial de US$ 1 milhão e o restante previsto para o fechamento da operação, após o atingimento de questões contratuais e aprovações regulatórias. Recentemente a Petrobras informou que o processo de closing (fechamento da operação de venda) seria encerrado no primeiro semestre de 2025.

A operação incluiu a Plataforma de Cherne 1 (PCH-1), que também recebe a produção do campo de Bagre, e a Plataforma de Cherne 2 (PCH-2). Para viabilizar a transferência, a Petrobras solicitou ao Ibama o desmembramento da licença de operação do Polo Garoupa, permitindo à Perenco assumir a titularidade da LO específica dos campos de Cherne e Bagre, processo concluído em maio de 2024. A venda ainda depende da aprovação da ANP e do Cade.

A Perenco já opera o Polo Pargo também na Bacia de Campos, e busca ampliar sua presença no Brasil com a aquisição dos campos de Cherne e Bagre.