
- Elon Musk deixou de trabalhar presencialmente na Casa Branca, mas segue atuando remotamente até o fim do mandato.
- O desempenho do DOGE é criticado por falta de transparência e resistência no Congresso.
- Musk planeja retomar foco nas empresas, enquanto governo promete continuidade das reformas.
Elon Musk, nomeado por Donald Trump para chefiar o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), deixou de comparecer presencialmente à Casa Branca em abril, embora mantenha participação remota. A transição ocorre em meio a críticas sobre sua gestão, dúvidas em relação aos números divulgados e incertezas sobre a continuidade das reformas propostas.
Presença física encerrada, mas com influência mantida
Elon Musk, designado como funcionário especial por Donald Trump para liderar o DOGE, não comparece mais fisicamente à Casa Branca desde o início de abril. Mesmo com a ausência presencial, a Casa Branca confirmou que ele continua atuando remotamente. Segundo a chefe de gabinete Susie Wiles, Musk participa de reuniões por videoconferência e segue influente nas decisões administrativas.
Essa mudança marca o início do último mês de seu mandato de 130 dias. O cargo ocupado por Musk é não remunerado e com regras flexíveis, o que permitiu essa transição. Ainda que a Casa Branca negue qualquer saída antecipada, há especulações de que sua atuação tenha se tornado simbólica, especialmente após as críticas públicas ao seu desempenho.
De acordo com declarações recentes, Musk pretende se dedicar novamente a suas empresas, como Tesla e SpaceX. Mesmo assim, afirmou que continuará colaborando com o governo de forma informal, oferecendo conselhos estratégicos. Essa combinação entre o setor público e privado reforça sua busca por relevância em ambos os ambientes.
Além disso, a escolha pela atuação remota é encarada como estratégia para conciliar seus compromissos empresariais com o encerramento de sua passagem pelo governo. Assim, Musk pretende garantir a conclusão de projetos iniciados no DOGE, ainda que à distância.
Desempenho do DOGE é contestado por especialistas
Desde sua criação, o DOGE prometeu cortes expressivos nos gastos públicos e a redução da burocracia federal. A equipe de Musk afirma ter gerado uma economia de US$ 140 bilhões até abril. No entanto, críticos e analistas questionam a veracidade desses números. Muitos apontam para despesas ocultas, como indenizações trabalhistas, além de um possível aumento em desperdícios operacionais.
Em paralelo, propostas legislativas que visam formalizar parte dos cortes enfrentam resistência no Congresso. Curiosamente, há oposição até entre parlamentares republicanos, o que demonstra o grau de controvérsia das iniciativas. A falta de dados auditáveis prejudica a compreensão dos impactos reais da gestão Musk à frente do DOGE.
Outro ponto polêmico diz respeito à postura pessoal de Musk. Enquanto liderava o departamento, criticou amplamente o trabalho remoto, exigindo presença integral de servidores. Agora, ao adotar esse mesmo modelo, levanta dúvidas sobre sua coerência e credibilidade.
Apesar das críticas, a Casa Branca segue defendendo suas ações. A administração Trump destacou que os projetos conduzidos por Musk foram fundamentais para a reestruturação de setores federais. Promete ainda que, mesmo com sua saída, as políticas do DOGE terão continuidade.
Retorno ao setor privado e legado ambíguo
Com o encerramento de seu mandato se aproximando, Musk sinalizou que seu foco voltará para o setor privado. A Tesla, por exemplo, enfrenta dificuldades, com queda de 71% nos lucros no último trimestre. Diante disso, a saída discreta do governo também pode ser interpretada como uma tentativa de preservar sua imagem.
Especialistas avaliam que a experiência de Musk à frente de um órgão público gerou tanto otimismo quanto controvérsias. Para alguns, ele trouxe inovação e celeridade aos processos. Para outros, as ações tiveram impacto limitado e não geraram resultados concretos à altura das promessas iniciais.
Mesmo com as críticas, a passagem de Musk pelo governo Trump pode abrir precedentes para futuras colaborações entre empresários e o setor público. Contudo, essa parceria exige metas claras e transparência para alcançar resultados sustentáveis e duradouros.
Em resumo, o balanço de sua atuação mostra uma tentativa de aplicar modelos empresariais na gestão pública. Os próximos meses serão decisivos para verificar se o legado deixado terá continuidade ou será apenas mais um experimento transitório em Washington.