
- CEO promete mais foco na montadora e acalma investidores
- Musk lucra R$ 54,5 bilhões em um dia e amplia liderança entre bilionários
- Lançamentos estratégicos para 2025 elevam otimismo no mercado
O homem mais rico do planeta ficou ainda mais rico nesta quarta-feira (23). Elon Musk viu sua fortuna crescer R$ 54,5 bilhões (US$ 9,6 bilhões) em poucas horas, impulsionado por uma disparada de 7% nas ações da Tesla.
A valorização veio logo após a divulgação dos resultados do primeiro trimestre da montadora. Que, embora decepcionantes nos números, empolgaram os investidores com algo ainda mais valioso: uma promessa pública de Musk de que vai voltar suas atenções para a empresa que o projetou como um ícone do setor automotivo.
Segundo cálculos da Forbes, a fortuna do bilionário alcançou R$ 2,1 trilhões (US$ 371,3 bilhões), ampliando sua vantagem sobre Jeff Bezos, o segundo colocado no ranking global, para impressionantes R$ 966 bilhões (US$ 170 bilhões).
A mensagem clara e direta de Musk, em uma teleconferência com analistas, foi o suficiente para reverter o pessimismo crescente com o futuro da Tesla.
Mea-culpa em rede global reacende otimismo
Em um tom mais humilde e conciliador do que o habitual, Musk afirmou que dedicará “muito mais tempo” à Tesla a partir de maio. O comentárqio soou como música aos ouvidos de investidores e analistas. Contudo, que vinham demonstrando grande preocupação com o afastamento do executivo nos últimos meses.
Desde que assumiu o comando do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), uma função na administração do presidente Donald Trump, Musk vinha dividindo sua atenção entre compromissos políticos e suas empresas.
Segundo Chris McNally, analista da Evercore ISI, o tom da conferência foi de um “Elon arrependido”. E, que reconheceu indiretamente o impacto negativo de sua ausência. Com a promessa de retorno ao comando da Tesla, o mercado reagiu com força: as ações da companhia chegaram a ser cotadas a US$ 255 (R$ 1.449) na abertura do pregão.
Robotáxis e veículos acessíveis reacendem esperança
Além da mudança de postura de Musk, a Tesla também confirmou duas promessas importantes para 2025: o lançamento de seus aguardados robotáxis autônomos em junho e o início da produção de veículos elétricos mais baratos ainda no primeiro semestre.
A notícia foi bem recebida por analistas como Ronald Jewsikow, da Guggenheim, que considera os lançamentos fundamentais para recuperar a imagem da marca e impulsionar as vendas.
Apesar do salto, as ações da Tesla ainda acumulam queda de quase 40% no ano. Ainda, um desempenho muito inferior ao recuo de 8% do índice S&P 500. Parte dessa pressão negativa se deve à imagem arranhada de Musk, cujas declarações políticas controversas e apoio a Trump provocaram protestos e até atos de vandalismo contra lojas da Tesla em vários países.
Críticas às tarifas e permanência no governo
Durante a teleconferência, Musk fez questão de reiterar que permanecerá como chefe do DOGE. Mesmo que com menor dedicação.
“Continuarei a me envolver um ou dois dias por semana, enquanto o presidente desejar”, afirmou.
Ele também criticou, de forma velada, a política comercial de Trump. Assim, defendendo tarifas mais baixas como caminho para o crescimento econômico.
“Já disse muitas vezes que tarifas menores são melhores para a prosperidade. Mas essa é uma decisão que cabe ao presidente”, declarou.
Mesmo com ressalvas, o compromisso renovado de Musk com a Tesla serviu como um alívio para analistas como Dan Ives, da Wedbush. Contudo, que já havia classificado a situação da empresa como de “alerta vermelho”. A julgar pela reação do mercado, o mea-culpa de Musk não apenas estancou a sangria nas ações, mas também reforçou sua posição como a figura mais influente. E, agora, mais rica do mundo corporativo.