- Janja sofre queda de popularidade, com 58% dos brasileiros tendo uma visão negativa dela, segundo pesquisa AtlasIntel/Bloomberg
- Lula e Janja adotam tática de viagens frequentes para melhorar a imagem do governo e suas pautas
- Michelle Bolsonaro mantém índices de popularidade praticamente estáveis, com 52% de visão negativa
A imagem da primeira-dama Rosângela da Silva, mais conhecida como Janja, passou por um desgaste significativo desde a última pesquisa realizada em outubro de 2024. De acordo com os dados divulgados ontem (11) pela AtlasIntel/Bloomberg, 58% dos entrevistados afirmaram ter uma percepção negativa de Janja, contra 32% que a veem positivamente.
A pesquisa, que ouviu 3.125 pessoas entre os dias 27 e 31 de janeiro de 2025, mostra uma mudança considerável em relação ao último levantamento. No entanto, quando 48% tinham uma visão negativa da esposa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enquanto 40% a viam de forma positiva.
Essa variação na popularidade de Janja é mais acentuada do que a queda registrada na popularidade do próprio presidente Lula. No levantamento, a taxa de imagem negativa de Lula subiu de 46% para 51%. Enquanto, sua avaliação positiva caiu de 51% para 42%.
Embora a oscilação de Lula seja significativa, a queda de imagem de Janja foi bem mais expressiva.
Possíveis causas da queda
O motivo exato para a queda na popularidade de Janja não está completamente claro, mas o aumento da percepção negativa pode estar relacionado a diversos fatores.
Um dos elementos que pode influenciar a percepção do público sobre a primeira-dama são suas ações e declarações públicas. Que, em alguns momentos, podem gerar controvérsias.
Além disso, a crescente visibilidade de Janja, que acompanha o presidente em eventos públicos e viagens, pode ter levado a um maior escrutínio de sua imagem por parte da população.
Além disso, a situação política no Brasil, com diferentes desafios econômicos e sociais, pode estar afetando a percepção da população sobre os membros da família presidencial, incluindo a primeira-dama.
Em tempos de crise, qualquer associada à figura do presidente tende a ser mais observada. E, consequentemente, deve sofrer mais críticas.
Estratégias para reverter a situação
Para tentar melhorar a imagem do governo, o Palácio do Planalto tem adotado uma nova estratégia: aumentar as viagens de Lula e Janja pelo Brasil, com o objetivo de promover as pautas do governo. E, dessa forma, reforçar a visibilidade das ações e resultados da gestão.
Essas viagens, que também contam com a participação do vice-presidente Geraldo Alckmin e ministros de Estado, visam aproximar o governo da população. Assim, de forma que possa melhorar a imagem do casal presidencial.
A tática já foi observada em outros contextos políticos, e o governo parece acreditar que uma maior presença física pode contribuir para uma visão mais positiva da administração. E, ao mesmo tempo em que reforça o apoio das bases.
Comparação com Michelle Bolsonaro
Outro dado interessante da pesquisa diz respeito à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. A pesquisa incluiu seu nome, e os números apontaram que 52% dos brasileiros a veem de forma negativa. Enquanto 42%, têm uma visão positiva dela.
Esses números permanecem praticamente inalterados em relação à pesquisa anterior, mostrando que a percepção sobre Michelle também não passou por mudanças expressivas. Ao contrário de Janja, que sofreu uma queda considerável.
O fato de as figuras das primeiras-damas atraírem tanto apoio quanto críticas do público é um fenômeno que pode ser observado ao longo da história política brasileira.
Embora o papel de Janja não seja o de tomar decisões políticas diretas, sua imagem pode ser fortemente influenciada pelas políticas e pela gestão de seu marido, o presidente Lula, além de seu próprio comportamento e posicionamento público.