
Entrou em vigor nesta terça-feira (1º) o novo salário mínimo do estado de São Paulo, reajustado para R$ 1.804. O valor é R$ 286 maior que o piso nacional (atualmente em R$ 1.518), o que representa uma diferença de 18,8%.
A medida havia sido sancionada no início de junho, após aprovação na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) no dia 13 de maio, em duas sessões extraordinárias.
O novo piso estadual passa a valer imediatamente para uma ampla gama de profissionais que não possuem piso salarial definido em convenções ou acordos coletivos.
Essa discrepância gerou dúvidas sobre “por que o salário mínimo de São Paulo é maior que o restante do Brasil?”. A resposta é simples e vem logo a seguir:
Por que o salário mínimo de São Paulo é mais alto que o nacional?
O valor do salário mínimo em São Paulo é maior do que o piso nacional porque a Constituição Federal permite que os estados estabeleçam seus próprios salários mínimos regionais, desde que não fiquem abaixo do valor definido pelo governo federal.
Essa prerrogativa é usada para adequar o piso às realidades econômicas e sociais locais.
No caso paulista, o custo de vida elevado, especialmente nas áreas urbanas e metropolitanas, justifica um valor mais alto para preservar o poder de compra da população.
Além disso, o piso estadual beneficia trabalhadores de categorias que não têm acordos coletivos, como domésticos, cuidadores, serventes, motoboys, entre outros.
A adoção de um salário mínimo regional mais alto também é uma estratégia para reduzir desigualdades sociais, estimular o consumo interno e impulsionar a economia local, valorizando profissões essenciais que muitas vezes têm menor representação sindical ou poder de negociação.
Quem se beneficia em São Paulo?
Ao todo, 76 categorias serão impactadas diretamente pelo novo mínimo paulista. Entre elas estão:
- Trabalhadores domésticos e cuidadores de idosos
- Serventes, garçons, pedreiros e encanadores
- Motoboys, cobradores de ônibus, cabeleireiros e manicures
- Pintores, soldadores, operadores de máquinas e fiandeiros
- Atendentes, telefonistas e operadores de telemarketing
- Vigilantes, trabalhadores florestais e agropecuários
- Digitadores, datilógrafos, técnicos de vendas e representantes comerciais
O novo piso também contempla trabalhadores da indústria, do comércio, da construção civil, de serviços gerais e de áreas como segurança, turismo, transporte, energia, comunicação e saúde.
Impacto social e econômico
O reajuste é considerado um avanço na valorização do trabalho em setores que frequentemente ficam à margem de negociações salariais. A medida busca reforçar o poder de compra da população de baixa renda, além de estimular a economia local, principalmente no interior do estado.
O governo paulista ainda não divulgou estimativas oficiais sobre o impacto do reajuste no orçamento público ou nas relações trabalhistas, mas a decisão é vista como uma tentativa de equilibrar desigualdades salariais e estimular a formalização do trabalho em diversas atividades.