
- Justiça aprova plano de reestruturação da Sequoia (SEQL3)
- Empresa reduz operações e foca em rentabilidade
- Credores terão cinco opções para recebimento dos créditos
A Sequoia (SEQL3), companhia do setor logístico, conquistou um importante avanço no seu plano de reestruturação financeira. O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo aprovou, nesta quinta-feira (20), o plano de renegociação das dívidas não-financeiras da empresa, permitindo que a companhia reestruture seus passivos e foque em operações sustentáveis.
O diretor financeiro (CFO) da Sequoia, Leopoldo Bruggen, afirmou que a decisão judicial representa o encerramento de um capítulo desafiador para a companhia.
“Com essa segurança jurídica, podemos direcionar todos os esforços para melhorias operacionais e crescimento sustentável”, destacou.
Medidas adotadas para estabilização
Para garantir uma estrutura mais eficiente e rentável, a Sequoia implementou diversas mudanças estratégicas, entre elas:
- Redução da força de trabalho para 1.850 colaboradores;
- Foco em clientes e segmentos de negócio mais lucrativos;
- Construção de novos indicadores operacionais e financeiros;
- Manutenção de apenas seis centros de distribuição (CDs);
- Priorização de operações que geram caixa positivo.
Entenda a reestruturação financeira
A Sequoia foi fortemente impactada pela crise das varejistas online e por estratégias de expansão mal calculadas, agravadas pelo aumento da taxa de juros. Em resposta, a companhia iniciou sua reestruturação em outubro de 2024, buscando reequilibrar sua situação financeira.
A adesão ao plano foi expressiva, contando com credores que representam 53,9% dos R$ 295 milhões em dívidas reestruturadas. A maioria desses credores são ex-fornecedores de operações descontinuadas pela falta de rentabilidade.
Com a aprovação judicial, a Sequoia conseguiu redefinir os pagamentos devidos e comprometer-se com o desembolso de R$ 31,17 milhões ao longo de 2025.
Opções de pagamento aos credores
A recuperação extrajudicial oferece cinco modalidades de quitação de créditos:
- Conversão em ações: Quitação total em ações da Sequoia (SEQL3) a R$ 8,00 por papel, um prêmio de 284% sobre a cotação atual (limitado a R$ 110 milhões);
- Parcelamento sem deságio: Pagamento em 36 parcelas mensais iguais, com carência de 60 meses;
- Parcelamento com deságio de 70%: Saldo dividido em 84 parcelas mensais, com carência de 12 meses (limitado a R$ 10 milhões);
- Parcelamento com deságio de 50% para credores fornecedores colaboradores: 40% à vista em até 120 dias após a aprovação judicial e 60% em 15 parcelas mensais (limitado a R$ 60 milhões);
- Pagamento à vista com deságio de 70%: Quitação integral em 30 dias após a decisão judicial (limitado a R$ 17 milhões).
Próximos passos
Para viabilizar a conversão de créditos em ações, a Sequoia convocou uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para o dia 4 de abril de 2025. Os acionistas precisarão aprovar a emissão das novas ações, um passo fundamental para a execução do plano de reestruturação.
Com a nova estrutura financeira e operacional, a Sequoia busca recuperar sua posição no mercado e restabelecer a confiança dos investidores. O plano aprovado representa um marco importante para a retomada do crescimento da empresa no setor logístico brasileiro.