- FMU tem dívida estimada em R$ 130 milhões e busca renegociação
- Instituição garante continuidade das atividades acadêmicas e do quadro de funcionários
- Pedido de recuperação judicial é resultado de fatores como queda de alunos no FIES e disputas judiciais
A Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) entrou com pedido de recuperação judicial na madrugada desta quinta-feira (13) no Tribunal de Justiça de São Paulo. A instituição busca renegociar dívidas estimadas em R$ 130 milhões e garantir a sustentabilidade financeira.
Apesar do pedido, a FMU assegura que suas unidades permanecerão abertas, as atividades acadêmicas continuarão normalmente e não haverá demissões imediatas.
Reestruturação financeira e perspectivas
No documento enviado à Justiça, a FMU destaca os ajustes operacionais realizados para melhorar sua margem Ebitda (lucro antes de impostos, tributos, depreciações e amortizações).
A projeção para 2025 é uma margem de 21,5%, significativamente superior aos 14,1% registrados em 2023. Em 2024, a universidade reportou um faturamento líquido de R$ 318 milhões.
O reitor da FMU, Ricardo Ponsirenas, afirmou que a recuperação judicial é a melhor alternativa no momento para preservar os direitos da instituição, de seus alunos e colaboradores.
“Esse instrumento jurídico é essencial para garantir o funcionamento pleno da FMU e sua sustentabilidade a longo prazo”, destacou.
Motivos do pedido de recuperação judicial
A FMU justifica sua situação financeira com base em diversos fatores:
- Inflação: O aumento dos custos operacionais afetou a rentabilidade da instituição.
- Queda de estudantes ingressantes pelo FIES: A redução do financiamento estudantil impactou diretamente a receita.
- Disputas judiciais: Conflitos entre os atuais administradores e os fundadores da FMU relacionados a imóveis comprometeram a estabilidade financeira.
Histórico e mudanças de gestão
Fundada há 55 anos, a FMU possui aproximadamente 60 mil alunos matriculados em 423 cursos de graduação e pós-graduação, além de cerca de 1.100 colaboradores. A instituição passou por diversas mudanças de gestão nos últimos anos. Em 2013, foi adquirida pelo Grupo Laureate.
Posteriormente, em 2020, a Ânima Educação comprou as operações da Laureate no Brasil por R$ 4,4 bilhões. Para garantir a livre concorrência e atender às exigências do Cade, o fundo de investimentos Farallon comprou a FMU por R$ 550 milhões.
A instituição acredita que, com a recuperação judicial, será possível atravessar o período de dificuldades e retomar um crescimento sustentável nos próximos anos.