- Presidente dos EUA anuncia 25% de taxa sobre aço e alumínio, afetando importações de diversos países, incluindo o Brasil
- Em 2023, o Brasil foi o 3º maior exportador de aço para os EUA, com 18% das exportações brasileiras de ferro fundido, ferro e aço sendo direcionadas ao mercado americano
- Tarifas podem prejudicar empresas de energia nos EUA, que dependem de aço especializado não fabricado no país
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que irá impor uma tarifa de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio a partir de amanhã.
A medida, que visa proteger a indústria americana, pode ter efeitos significativos tanto nos Estados Unidos quanto em países exportadores, como o Brasil. Que ocupa, portanto, a posição de 3º maior fornecedor de aço para os EUA.
Brasil e a importação de aço
De acordo com o Departamento de Comércio dos Estados Unidos, o Brasil foi responsável por 18% das exportações de ferro fundido, ferro e aço para os EUA em 2023. Contudo, ficando atrás apenas do Canadá e do México.
Esse volume de exportação coloca o Brasil em uma posição estratégica no comércio de aço. Assim, o que torna a aplicação de tarifas de 25% uma medida que pode afetar consideravelmente a economia do país.
Durante o primeiro mandato de Trump, já foram implementadas tarifas de 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio. Dessa forma, o que levou a demissões no setor no Brasil e ao desligamento de fornos em algumas siderúrgicas.
Embora as sobretaxas tenham sido posteriormente revogadas, a situação atual reacende temores no setor industrial brasileiro.
Setor energético dos EUA sob ameaça
A imposição de novas tarifas sobre o aço pode gerar repercussões dentro do próprio setor energético dos Estados Unidos. Empresas que dependem de aço de grau especial, como desenvolvedoras eólicas e perfuradoras de petróleo, podem enfrentar dificuldades devido à falta de produção local desses materiais.
A Bloomberg revelou que essas indústrias dependem fortemente de aço que não é fabricado nos EUA e que, com o aumento das tarifas, os custos podem aumentar. Assim, impactando diretamente os preços no mercado interno.
Possíveis tarifas recíprocas
Além das tarifas sobre o aço e alumínio, Trump também anunciou que irá impor tarifas recíprocas contra países que já taxam produtos americanos. O presidente afirmou que aplicará tarifas também sobre outros bens, como produtos farmacêuticos, petróleo e semicondutores.
Trump também demonstrou interesse em aplicar taxas de importação contra a União Europeia. No entanto, o que pode resultar em uma guerra comercial de proporções ainda maiores.
A medida foi recebida com apreensão por diversos setores da economia global, que aguardam maiores detalhes sobre o escopo das tarifas.
Preparação para a implementação das tarifas
Empresas e governos afetados pelas novas tarifas, especialmente as indústrias brasileiras, esperavam mais tempo para se preparar para a imposição de taxas de importação. Inicialmente, muitos acreditavam que teriam até março para se ajustar à medida.
No entanto, o anúncio inesperado de Trump obriga os exportadores a se adaptarem rapidamente. No Brasil, o setor siderúrgico teme um novo impacto sobre sua competitividade. Uma vez que, as tarifas elevam o custo do aço brasileiro nos Estados Unidos.
O governo dos EUA, no entanto, defende que as tarifas são necessárias para proteger os empregos e a produção interna. Principalmente, em um momento de recuperação econômica pós-pandemia.
Contudo, muitos veem a medida como uma tentativa agressiva de fortalecer a indústria americana e reduzir a dependência de fornecedores externos.