- IFI do Senado projeta bloqueio de R$ 18,6 bilhões no Orçamento para atingir meta fiscal
- Precatórios de R$ 44,1 bilhões não entram na conta da meta fiscal
- Inflação pode superar o limite da meta em 2025, alerta IFI
O governo federal precisará bloquear R$ 18,6 bilhões dos gastos previstos no Orçamento de 2025 para cumprir a meta fiscal de resultado zero, conforme relatório divulgado nesta terça-feira (20) pela Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado.
A medida busca equilibrar as contas públicas e manter o déficit dentro do limite estabelecido pela nova regra fiscal.
Projeção de déficit e impacto dos precatórios
A IFI projeta um déficit total de R$ 71 bilhões em 2025, o que representa 0,56% do Produto Interno Bruto (PIB). Esse valor inclui o pagamento de R$ 44,1 bilhões em precatórios, que não são contabilizados na meta fiscal.
Desconsiderando esses pagamentos, o saldo negativo seria de R$ 26,9 bilhões, dentro do limite de R$ 30,9 bilhões permitido pelo governo. No entanto, para garantir o equilíbrio nas despesas, será necessário o bloqueio de R$ 18,6 bilhões.
Empoçamento de recursos e controle de despesas
O relatório também aponta um empoçamento de R$ 15,7 bilhões em 2025 — valor reservado no Orçamento, mas não utilizado ao longo do ano. Esse montante geralmente decorre de dificuldades operacionais ou burocráticas no uso dos recursos. Mesmo assim, o governo precisará monitorar de perto as despesas discricionárias para alcançar a meta fiscal.
Além do desafio fiscal, a IFI alerta que o risco de a inflação ultrapassar o limite superior da meta em 2025 continua elevado. O controle da inflação é essencial para evitar impactos negativos no poder de compra da população e nos custos do governo.
O governo deve revisar os gastos trimestralmente para ajustar o orçamento conforme o desempenho da arrecadação e das despesas. Caso a arrecadação fique abaixo do esperado, novos cortes poderão ser necessários para garantir o cumprimento da meta de déficit zero.
Com o bloqueio de R$ 18,6 bilhões e o controle rigoroso das despesas, o governo busca consolidar a responsabilidade fiscal e manter a confiança dos investidores, essencial para o crescimento econômico sustentável do país.