- Fundos Gladius e Coliseu da XP apresentam retornos excessivamente altos, levantando suspeitas
- Pesquisa aponta que a XP pode depender da venda de COEs para manter os lucros
- Empresa nega irregularidades, mas investidores aguardam mais esclarecimentos
A XP Inc., uma das maiores fintechs do Brasil, está no centro de uma polêmica após uma investigação levantar suspeitas de que parte de seus lucros pode estar sendo sustentada por um esquema Ponzi. Segundo a pesquisa, os fundos Gladius FIM CP IE e seu afiliado Coliseu FIM CP IE teriam retornos muito acima do mercado, levantando dúvidas sobre a transparência das operações.
O relatório indica que a XP depende da Gladius para lucrar, impulsionando ganhos com a venda de COEs a investidores de varejo. A XP já se manifestou oficialmente, negando qualquer irregularidade e reforçando sua conformidade com as normas do mercado.
Retornos irrealistas
Os números da Gladius chamam a atenção. O fundo apresentou um retorno médio de 93,3% ao ano desde 2019, enquanto o maior fundo quantitativo de hedge da história, o Renaissance Technologies, teve média de 39,1% ao ano. Essa discrepância levanta suspeitas sobre a origem dos ganhos da XP.
Outros fundos similares de bancos concorrentes, como BTG Pactual, Itaú Unibanco, Bradesco e Santander, operam em condições semelhantes, mas não apresentam retornos nem próximos aos da Gladius. Isso levanta uma questão fundamental: se a estratégia da XP fosse legítima, por que outros grandes players do mercado não a replicariam?
O Papel dos COEs
O relatório indica que a Gladius estaria maquiando seus lucros ao usar os recursos obtidos com a venda de COEs para gerar retornos artificialmente elevados. Insiders da XP alegam que o fundo paga prêmios com novos aportes, um modelo característico de um esquema Ponzi.
Se confirmado, o modelo da XP exige vendas constantes de COEs. Se as vendas desacelerarem, o sistema pode colapsar, expondo a fintech a dívidas bilionárias.
XP rebate acusações, mas investidores ficam cautelosos
A XP já se pronunciou oficialmente, alegando que suas operações seguem todas as regras do mercado e que não há qualquer irregularidade nos fundos investigados. Além disso, alguns analistas acreditam que, embora os retornos dos fundos sejam questionáveis, isso não significa necessariamente que o restante das operações da XP não seja lucrativo.
Nos últimos meses, investidores que apostam na desvalorização das ações também investigaram a empresa. Esse novo relatório adiciona mais pressão sobre a fintech, que terá que lidar com a desconfiança do mercado e possíveis investigações regulatórias.