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A liberdade do Banco Central está com os dias contados? De acordo com a XP Asset, os preços dos ativos estão sugerindo que o Banco Central pode perder sua independência no futuro. Bruno Marques, gestor de fundos multimercados macro da empresa, destaca que a curva de juros futuros reflete as apostas dos investidores, mesmo com a perspectiva de inflação acima das metas para os próximos anos. Marques observa que essa dinâmica também levou o mercado a apostar em uma inclinação maior da curva de juros, indicada pelo diferencial de taxas de três e sete anos do DI, que atingiu recentemente seu maior nível em 17 meses.
Além disso, Marques comenta que o mercado não parece estar precificando a manutenção da independência do Banco Central e que as expectativas para cortes de juros ao longo do ano podem levar a taxa básica Selic para 12,75% em 2023. Além disso, a inflação implícita dos títulos públicos indica uma alta de cerca de 7% ao ano. Para Marques, o mercado está precificando um erro de política monetária por parte do BC.
As críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à autonomia do Banco Central e ao nível da Selic levaram a uma piora das expectativas para a inflação futura. Tanto a pesquisa Focus do BC quanto o mercado de títulos públicos indicam esse comportamento. A taxa de inflação implícita de dois anos subiu de 5,9% em meados de janeiro para 6,5% atualmente, enquanto a taxa de cinco anos pulou de 6,1% para 6,8% no mesmo período.
A mediana das projeções na pesquisa Focus mostra IPCA em 4% no próximo ano, acima da meta de 3%. Diante dos riscos de inflação e da crença de que um novo presidente do BC após Roberto Campos Neto terá uma postura diferente, a gestora passou a comprar títulos públicos atrelados ao IPCA de médio prazo. A XP Asset, que estava com uma posição pequena que lucrava com o aumento da inclinação, zerou a aposta diante do aumento da precificação de cortes e do avanço das taxas longas. O fundo macro da XP também deixou de aplicar em juros nominais curtos.
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