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O que fazer com os investimentos após queda da Selic?

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A possível da queda da taxa de juros que será anunciada hoje pelo Comitê de Política Monetária (Copom) liga o sinal de alerta na cabeça dos brasileiros: o que fazer com os investimentos diante deste novo cenário?

Samuel Ferrarezi, estrategista Investimentos do Santander Brasil esclarece que, antes de definir quais produtos devem ser incluídos no portfólio, o investidor precisa ter quatro pontos esclarecidos:

  • Ter clareza do próprio perfil, ou seja, qual a proporção de riscos e incertezas está disposto a assumir;
  • Conhecer o panorama geral da economia;
  • Saber quais são as expectativas do mercado financeiro, uma vez que isso reflete nos preços e nas taxas atuais;
  • Avaliar quais são as expectativas, tanto suas (do investidor) quanto da instituição escolhida para alocar os recursos.
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Expectativa versus realidade

Para Ferrarezi, as oportunidades tendem a surgir justamente onde estão as diferenças entre a expectativa do mercado e do próprio investidor. Ele propõe, por exemplo, ao investidor que acredita que os juros irão cair mais rápido do que o projetado pode buscar os ativos pré-fixados, aqueles que já têm definido o seu valor de vencimento, pois taxas menores podem se traduzir em uma valorização mais rápida do que inicialmente esperado (a chamada marcação a mercado) – caminho similar ao seguido pelos títulos vinculados à inflação.

“Outros tipos de investimento que se beneficiariam de juros reduzindo mais rapidamente, mas que só fariam sentido caso o investidor aceite oscilações maiores, são os investimentos em renda variável, como ações e fundos imobiliários”, diz.

Porém, se o investidor considerar que as taxas de juros tendem a passar por reduções mais lentas do que o mercado acredita, Ferrarezi coloca os investimentos pós-fixados atrelados à Selic ou ao CDI como opções interessantes. Apesar de serem normalmente procurados por sua postura mais defensiva, os Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) e fundos DI podem se beneficiar de uma Selic que passe por cortes menos intensos.

Mas e se as expectativas do investidor estiverem alinhadas às do mercado financeiro? Ou ainda se o investidor temer que suas expectativas possam não se concretizar? Justamente por essa possibilidade, o especialista recomenda manter o portfólio diversificado.

“Diversificação não se trata apenas de investir em produtos diferentes, mas que se beneficiem de cenários variados.  Ainda há a possibilidade de direcionar recursos para fundos de renda fixa com gestão ativa, em que o gestor buscara ajustar a estratégia entre as opções que indicarem ser as mais promissoras para o momento”, aponta Ferrarezi.

Indo além, o estrategista explora outras opções em renda fixa menos óbvias para a maioria dos investidores, como os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) e debêntures incentivadas, cujas rentabilidades podem ser atreladas à inflação, que é uma forma de proteger parte da carteira contra variações de preços, além de serem isentos de IR para pessoa física.

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Para quem se sente desconfortável em tomar riscos, Ferrarezi explica: “risco é diferente de perda. Se arriscar é ter um resultado diferente do que se esperava inicialmente. Pode ser, inclusive, mais benéfico.”


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