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O ciclo de alta dos juros é um dos principais temores de uma economia, mas um mal necessário para parar o grande monstro (nem tão) dentro do armário: a inflação. Com a explosão de problemas na escala de produção global, que se iniciou na pandemia e se agravou com a guerra entre Rússia e Ucrânia, os problemas inflacionários se tornaram grande demais para serem ignorados, inclusive em economias marcadas por se manterem com um juros próximo a zero, como nos EUA.
Assim como as taxas de juros, as atas do Comitê de Política Monetária (Copom) aumentaram de maio para junho. Ganhou novos parágrafos, chamando mais atenção do Banco Central (BC), não só para a inflação – que está mais persistente do que o esperado -, mas também para uma desaceleração global mais acentuada em um ambiente de pressões inflacionárias significativas.
O Comitê já espera que a atividade econômica global desacelere nos próximos trimestres devido a tensões geopolíticas, política monetária mais apertada e condições financeiras em andamento nas principais economias. Quanto à atividade doméstica, o Copom avalia que os dados recentes refletem uma normalização pós-pandemia. No entanto, nos próximos trimestres, quando há um efeito defasado da política monetária, a atividade deve desacelerar.
A ata da reunião divulgada nesta terça-feira reiterou que os indicadores do índice de preços estão acima do intervalo adequado para atingir a meta de inflação. A Selic, anunciada na semana passada, subiu 0,50 ponto percentual para 13,25% ao ano, em linha com a estratégia de convergir a inflação “em torno da meta” em horizontes relacionados à política monetária, incluindo 2023. Para a sua próxima reunião em agosto, a academia espera um novo reajuste de 0,50 pontos ou menos, observando que “o aumento da incerteza da situação atual, aliado às etapas posteriores do ciclo de ajuste e seu impacto ainda a ser visto, exigirá mais desempenho em seu desempenho. Atenção. Em maio, o comitê só viu um alto grau de incerteza sobre a situação. Agora ela está crescendo.
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