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Petrobras: Governo quer vender querosene barata para aéreas

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A crise que afeta o setor de aviação comercial brasileiro está ainda mais evidente com o pedido de recuperação judicial da Gol (GOLL4) nos Estados Unidos (EUA). Diante desse cenário desafiador, o governo federal avalia medidas para auxiliar as companhias aéreas e garantir a estabilidade do setor. Um dos principais enfoques dessa estratégia envolve uma colaboração com a Petrobras, a estatal brasileira de petróleo.

A proposta central é reduzir os custos operacionais das companhias aéreas, focando na diminuição dos preços do querosene de aviação vendido pela Petrobras (PETR4). O querosene de aviação representa uma fatia significativa dos gastos das empresas do setor, e a redução de seu preço é vista como uma maneira eficaz de aliviar a pressão financeira sobre as companhias aéreas.

Estratégias para reduzir custos operacionais

Outra alternativa considerada é permitir que as companhias aéreas comprem o combustível diretamente da Petrobras. Isso iria eliminar intermediários e potencialmente reduzir custos em uma faixa de 4% a 8%. No entanto, essa medida gera preocupações entre analistas de mercado. Eles temem que a utilização da Petrobras para esse fim possa abrir precedentes para interferências políticas na gestão da estatal.

Embora a redução dos custos do querosene de aviação seja uma ação positiva, é importante reconhecer que esse não é o único desafio enfrentado pelo setor aéreo. Apesar de o preço do querosene ter diminuído em relação ao ano anterior, ele ainda representa uma parcela significativa dos custos operacionais das companhias aéreas, comprometendo cerca de 35% a 40% do custo total da passagem aérea.

Outros desafios do setor

Além das questões relacionadas ao combustível, o setor de aviação enfrenta outros desafios complexos. A pandemia da COVID-19 causou uma redução drástica na demanda por voos e resultou em uma série de desafios operacionais. Os custos de manutenção das aeronaves aumentaram devido a problemas de fabricação de peças e à escassez de suprimentos, uma consequência direta da pandemia.

A situação chegou a um ponto crítico, levando a GOLL4, uma das maiores companhias aéreas do país, a entrar com um pedido de recuperação judicial nos EUA. A dívida estimada da empresa é de aproximadamente R$ 20 bilhões, o que reflete a dificuldade financeira enfrentada pelo setor como um todo.

Alternativas em discussão

Enquanto o governo explora opções para apoiar as companhias aéreas, a discussão sobre a utilização da Petrobras como parte da solução continua. Alguns analistas argumentam que a estatal não deve ser usada para subsidiar diretamente o combustível, mas sim para criar um ambiente econômico mais favorável para o setor como um todo. Isso poderia envolver a redução ou isenção de impostos federais e estaduais que afetam as operações das companhias aéreas, tornando o ambiente de negócios mais propício ao crescimento.

Outra alternativa em consideração é a oferta de empréstimos de longo prazo com taxas subsidiadas através do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Essa medida poderia fornecer às companhias aéreas acesso a financiamentos com condições mais vantajosas, auxiliando-as a enfrentar os desafios financeiros.

Em resumo, a crise no setor de aviação comercial do Brasil exige ações coordenadas e estratégicas para garantir a sobrevivência das companhias aéreas. Embora a colaboração com a Petrobras seja uma das medidas em análise, é fundamental adotar uma abordagem abrangente que inclua a redução de impostos, empréstimos subsidiados e outras iniciativas para revitalizar o setor e manter a conectividade aérea no país.


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