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PIB cresce no primeiro trimestre e traz alívio para o mercado

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Especialistas em finanças comentam sobre o crescimento Leandro Vasconcellos, CFP e sócio da BRA

O avanço do PIB no primeiro trimestre sem dúvidas traz um alívio ao mercado, a maioria das grandes instituições divulgam desde o ano passado projeções pessimistas para o crescimento do país em 2022, e todas sem exceção estão se vendo obrigadas a revisar as próprias projeções, dada a discrepância entre o que se previu e o que de fato aconteceu.

A maioria dos grandes bancos e corretoras apostava em um PIB negativo este ano, e agora acreditam que em 2022 o PIB deve ser positivo em 1%, já o governo acredita que este ano devemos crescer 1,5%.

Na queda de braços entre governo e mercado, ponto para Paulo Guedes que acertou precisamente ao afirmar no ano passado que os bancos deveriam acreditar mais no Brasil e que passariam 2022 inteiro revisando as projeções do PIB para cima, o que de fato está acontecendo.

O problema central para o investidor é que a maioria das instituições leva em conta esses dados para inclusive calcular o preço ideal do mercado de ações, e acabam divulgando relatórios que levam seus clientes a acreditarem que o valor justo de um papel seja um valor X.

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Só que se as premissas para este cálculo estão totalmente erradas, é muito provável que os preços alvo dos papéis bem como todas as outras recomendações dessas instituições estejam bastante imprecisas e é aí que mora o perigo, investir baseado em informações incorretas ou imprecisas pode ser bastante perigoso, não custa lembrar que em 2008 a maioria dos bancos americanos que quebraram possuíam avaliações de crédito positivas dadas por grandes instituições e mesmo assim quebraram, hoje temos o cenário oposto, talvez aquele patinho feio não seja tão feio assim como estão pintando.

Andrey Nousi, CFA e fundador da Nousi Finance

PIB cresceu 1% em relação ao último trimestre, saiu ligeiramente abaixo das expectativas, uma coisa que caracterizou esse crescimento foi o aumento dos serviços, subindo mais de 3%, os serviços representam cerca de 70% da composição do PIB, enquanto que outros pontos de indústria e agropecuária caíram. O que o número nos mostra é que os serviços sairam acima, um crescimento legal, por conta do que a gente viu no último trimestre, finalmente o Brasil reabrindo, após a ômicron, as pessoas sendo mais confiantes para consumir e se beneficiando dos auxílios emergenciais, que se pagavam até então.

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Mas por outro lado, ainda não é tão interessante assim, porque cresceu 1%, o Brasil é um país emergente, o ideal é que crescesse muito mais. A perspectiva é que para esse próximo trimestre tenha crescimento relativo, mas para o segundo trimestre o cenário é mais desafiador, porque os juros ainda estão muito altos e consequentemente isso dificulta o investimento das empresas, investimentos reais. E justamente esses investimentos já vem caindo e tendência a ficar mais impactados.

Fora isso, essa marcação do PIB não pegou a Guerra da Ucrânia, pois começou no final de fevereiro e se alastrou em março. A próxima marcação virá com aumento dos juros dos EUA, impacto da guerra nas commodities que deixam as coisas mais caras e acaba arrefecendo o consumo, então o cenário será mais complicado.

De todo modo, o interessante ver é que a economia brasileira está ok, sempre pode melhorar, sim, mas essa marcação do desemprego sendo a menor taxa desde 2016 é bastante positiva, com mais pessoas empregadas, consequentemente pode dar um afago, um fôlego a mais para o consumo das famílias, principalmente por conta de 70% do PIB vem da parte de serviço, estão consumindo mais, os serviços acabam sendo beneficiados foi ok, mas sem grandes perspectivas, acho que vai continuar sendo ok até lá, sem grandes milagres econômicos.

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João Beck, economista e sócio da BRA

Crescimento levemente abaixo do esperado mas ainda muito forte. Puxado pelos serviços ainda na esteira da Reabertura da mobilidade da economia pós-covid.

No começo do ano não tínhamos essa expectativa de um crescimento tão forte, que pelos dados mais recentes podem levar a um crescimento em 2022 mais próximo de 2%.

O que puxa esse crescimento é uma despoupança das famílias com gastos em lazer, viagens e transportes com recursos acumulados nos períodos de maior restrição.

Para o futuro, apesar do ajuste da expectativa de crescimento, vemos uma desaceleração causada pela taxa de juros em patamares bastante restritivos.


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