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- O Kremlin critica a administração Biden por escalar o conflito, enquanto aliados de Trump falam sobre um possível plano de paz para a Ucrânia
- Mike Waltz, aliado de Trump, sugere que a guerra na Ucrânia deve ser encerrada com um “fim responsável” e negociações de paz
- O Kremlin reafirma que está disposto ao diálogo, mas exige que a Ucrânia desista de sua adesão à OTAN e ceda territórios conquistados pela Rússia
O Kremlin fez duras críticas à administração do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e destacou uma diferença significativa na abordagem do atual governo e da futura administração, liderada por Donald Trump, em relação à guerra na Ucrânia. Segundo o porta-voz russo, Dmitry Peskov, o círculo de Trump está discutindo abertamente sobre a possibilidade de um plano de paz para a Ucrânia, enquanto a atual gestão de Biden está ampliando o conflito.
As declarações de Peskov surgiram após uma entrevista de Mike Waltz, um dos principais aliados de Trump, à Fox News no último domingo (24), onde ele mencionou a preocupação do ex-presidente com a escalada do conflito. Waltz ressaltou que a guerra na Ucrânia poderia levar a consequências ainda mais graves, com a participação de outros países, como Coreia do Norte, Irã e possivelmente a Coreia do Sul.
Para evitar catástrofe maior
Ele afirmou que, para evitar uma catástrofe maior, a guerra deveria “chegar a um fim responsável” e destacou a importância de discutir um possível acordo de paz que envolvesse todos os lados do conflito.
“Precisamos discutir quem deve estar na mesa de negociações, se é um acordo ou um armistício, e qual seria a estrutura de um possível acordo de paz”, afirmou Waltz, sugerindo que uma solução diplomática seria o melhor caminho para resolver a crise.
Em resposta, Dmitry Peskov ressaltou que o Kremlin tem acompanhado de perto as declarações dos aliados de Trump, especialmente sobre a possibilidade de diálogo e cessação das hostilidades. “Do círculo de apoiadores de Trump, como Waltz, e de futuros membros da administração Trump, a palavra ‘paz’ está sendo ouvida”, afirmou Peskov. Por outro lado, ele criticou a postura da atual administração dos EUA, dizendo que “nenhuma dessas palavras está sendo ouvida do atual governo”, em referência à falta de discussões sobre paz por parte da administração Biden. Peskov também afirmou que as ações dos Estados Unidos continuam a “escalar” o conflito com medidas provocativas.
O Kremlin tem se mostrado disposto ao diálogo e ao estabelecimento de um acordo de paz, desde que suas condições sejam atendidas. O presidente Vladimir Putin, por exemplo, deixou claro, em junho, que a Rússia exigiria que a Ucrânia renunciasse às suas ambições de adesão à OTAN e entregasse as quatro províncias que Moscou considera sob seu domínio.
Realidade militar
Putin argumentou que tais condições refletem a realidade militar no terreno, onde as forças russas continuam avançando, o que torna inaceitável para a Ucrânia aceitar tais termos.
No entanto, a Ucrânia rejeita essas exigências, alegando que qualquer acordo que envolva a entrega de territórios ou a desistência de suas aspirações de se tornar membro da OTAN representaria uma capitulação inaceitável. O governo ucraniano também tem destacado que os termos exigidos pela Rússia violam sua soberania e integridade territorial, argumentando que qualquer paz sob tais condições seria, na prática, uma rendição.
Enquanto isso, a administração Biden continua a apoiar a Ucrânia, oferecendo ajuda militar e financeira significativa para combater as forças russas. Sob a liderança de Biden, o governo dos EUA enfatizou repetidamente que a solução para o conflito deve ser alcançada por meio da diplomacia, mas demonstrou relutância em pressionar a Ucrânia a aceitar as condições russas.
A divergência de abordagens entre o governo Biden e os aliados de Trump em relação à guerra na Ucrânia reflete uma divisão crescente nas políticas externas dos Estados Unidos. Enquanto a administração Biden segue apoiando firmemente a Ucrânia na defesa contra a Rússia, os aliados de Trump sugerem que uma solução diplomática, com negociações de paz, poderia evitar uma maior escalada e salvar vidas.
O futuro do conflito e a possibilidade de uma paz duradoura ainda são incertos, e o mundo observa atentamente os próximos passos de ambos os lados, bem como a postura dos Estados Unidos nas próximas eleições presidenciais.
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