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A Petrobras (PETR4), sob o comando do presidente Jean Paul Prates, passa por uma reestruturação interna que inclui a nomeação de 11 assessores, dos quais três possuem vínculos com a Federação Única dos Petroleiros (FUP).
Essa movimentação indica um fortalecimento dos laços com setores historicamente aliados ao PT e também sinaliza disputas travadas nos bastidores entre o presidente da estatal e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, pelas indicações para o Conselho de Administração da Petrobras.
Silveira enfrentou resistência dentro do governo e da militância petista ao indicar nomes considerados bolsonaristas ou defensores do preço de paridade internacional (PPI) para o colegiado.
A lista de conselheiros definida pelo ministro sofreu oposição interna de Prates e, publicamente, do presidente da FUP, Deyvid Bacelar.
Entre os assessores de Prates ligados à FUP nomeados desde janeiro estão Danilo Ferreira Silva, dirigente da federação que já compôs o Conselho de Administração da empresa no governo Dilma Rousseff; Henrique Jager e Rodrigo Pimentel Ferreira Leão, ambos pesquisadores do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), entidade vinculada à federação.
Dos 11 assessores nomeados por Prates, dois foram indicados para funções temporárias, mas remuneradas, até que sejam aprovados como diretores pelo rito de compliance da estatal: Sérgio Caetano Leite, que será o CFO, e Carlos Augusto Barreto (Transformação Digital e Inovação).
Leite foi sócio de Jean Paul Prates na empresa Expetro e atuou como subsecretário do Consórcio Nordeste durante o mandato do colega como senador pelo Rio Grande do Norte. Sua esposa, Fernanda Hauptli Caetano Leite, foi assessora parlamentar de Prates no Senado.
Já Barreto, especialista na área de tecnologia e informação, foi da mesma turma de formandos de Prates no Colégio São Bento, tradicional colégio de elite do Rio, em 1985.
Além das nomeações para a equipe que assessora a presidência, Prates decidiu nomear Sérgio Bacci, vice-presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), para comandar a Transpetro, dona de uma frota de 36 navios.
A assessoria da Petrobras, procurada para comentar a composição da equipe de Prates, afirmou que “todos passaram pelas avaliações previstas pela governança e conformidade” da estatal, além de preencherem “as qualificações necessárias para o desempenho de suas funções e atividades”.
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