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O próximo presidente dos Estados Unidos herdará um déficit fiscal alarmante, segundo o economista VanDyck Silveira, em entrevista ao portal BM&C News. Silveira destacou que as eleições deste ano representam um dos momentos mais polarizados da história norte-americana, com impactos profundos tanto no cenário fiscal quanto na coesão social do país.
O economista apontou que o déficit fiscal dos EUA atingiu 65% do PIB, um patamar muito superior ao de outras economias, incluindo o Brasil.
“Este é um nível preocupante para a maior economia mundial”.
afirmou Silveira, em entrevista a BM&C News.
Ele frisa também que o déficit impacta diretamente o mercado global e a atratividade de investimentos. O governo americano deve gastar quase US$ 2 trilhões a mais do que arrecada neste ano, um déficit que equivale a cerca de 6,5% do PIB.
Silveira analisou os diferentes posicionamentos dos candidatos sobre a política fiscal. Ele observou que a abordagem de Donald Trump, voltada à redução de impostos para grandes empresas e indivíduos de alta renda, pode “aumentar a inflação e elevar ainda mais a dívida americana, que já ultrapassa os US$ 36 trilhões”. Em contrapartida, a política fiscal democrata tende a concentrar recursos em programas de transferência de renda, semelhantes aos adotados pelo Brasil, o que também “pode pressionar a inflação”.
Apesar das dificuldades fiscais, o economista reconhece que os investimentos dos EUA em tecnologia e inteligência artificial sustentam a produtividade, diferenciando o cenário econômico norte-americano de outros países. “Esses avanços têm impulsionado a economia e promovido ganhos de produtividade, criando um fôlego para o mercado, mesmo em um contexto polarizado e fiscalmente desafiador”, explicou Silveira em entrevista à BM&C.
Desafios econômicos
Os desafios econômicos para o próximo presidente dos EUA incluem a necessidade de obter equilíbrio fiscal e conter a pressão inflacionária. O déficit orçamentário atingiu 6,4% do PIB em 2024, superior aos 6,2% de 2023. O resultado das eleições presidenciais afetará esses indicadores de forma distinta. “Se Trump ganhar, esperam-se mais inflação, mais tarifa de importação, juros mais altos e dólar mais forte. No caso de Kamala Harris, é esperado o contrário”, disse Paulo Gala, professor da Fundação Getulio Vargas.
Processo eleitoral
As eleições presidenciais de 2024 nos Estados Unidos estão em uma fase decisiva, com os eleitores se preparando para votar em 5 de novembro. O sistema de votação, que inclui o Colégio Eleitoral, adiciona uma camada de complexidade ao processo, onde 270 votos dos delegados são necessários para eleger o próximo presidente. A campanha tem sido intensa, com debates acalorados sobre questões econômicas, sociais e políticas, refletindo as profundas divisões na sociedade americana.
A última pesquisa divulgada pelo New York Times, em parceria com o Siena College, revela um cenário de empate técnico entre a vice-presidente Kamala Harris e o ex-presidente Donald Trump na corrida presidencial dos Estados Unidos. A eleição, marcada para 5 de novembro, está sendo disputada voto a voto nos estados-chave, que serão decisivos para determinar o próximo ocupante da Casa Branca.
A pesquisa entrevistou 7.879 eleitores prováveis entre 24 de outubro e 2 de novembro, abrangendo sete estados-chave: Arizona, Geórgia, Michigan, Nevada, Carolina do Norte, Pensilvânia e Wisconsin. Os resultados mostram que Kamala Harris está numericamente à frente em Nevada (49% a 46%), Carolina do Norte (48% a 46%), Wisconsin (49% a 47%) e Geórgia (48% a 47%). Por outro lado, Trump lidera no Arizona (49% a 45%). Em Michigan e Pensilvânia, ambos os candidatos estão empatados com 47% e 48%, respectivamente.
Nesta reta final de campanha, Kamala Harris e Donald Trump têm concentrado seus esforços nos estados-chave, com diversos comícios e eventos para atrair eleitores indecisos e grupos étnicos segmentados. Harris tem adotado um tom otimista, prometendo resolver problemas e buscar consenso.
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