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- A montadora japonesa anunciou o corte de 9.000 empregos e uma redução de 20% na produção global, visando economizar US$ 2,6 bilhões no atual ano fiscal
- As vendas globais da Nissan caíram 3,8%, com quedas de 14,3% na China e 3% nos EUA, impactando significativamente seus lucros
- A Nissan reconheceu falhas na previsão da demanda por veículos híbridos nos EUA, um mercado em crescimento no qual a empresa perdeu espaço para a Toyota
- Além de reduzir custos com cortes de pessoal e produção, a Nissan está vendendo participação na Mitsubishi Motors e acelerando o desenvolvimento de novos modelos para melhorar sua competitividade
A Nissan Motor, uma das maiores montadoras do Japão, anunciou nesta quinta-feira (7) um plano de reestruturação que inclui a demissão de 9.000 funcionários. Dessa forma, o que representa aproximadamente 6,7% de sua força de trabalho global, além de uma redução de 20% em sua capacidade de produção. As medidas visam cortar custos em até 400 bilhões de ienes (cerca de US$ 2,6 bilhões) no atual ano fiscal. Assim, uma resposta às dificuldades enfrentadas pela empresa, principalmente em dois dos seus maiores mercados: China e Estados Unidos.
As vendas globais da Nissan caíram 3,8% no primeiro semestre do ano fiscal, afetadas por uma queda de 14,3% nas vendas na China. Nos Estados Unidos, o desempenho também foi negativo, com uma redução de quase 3% nas vendas, o que tem impactado diretamente os lucros da empresa.
Competição no mercado
A Nissan, que sempre foi uma das líderes em inovação, agora enfrenta uma competição feroz, especialmente no mercado de veículos híbridos e elétricos. Concorrentes locais como a BYD estão ganhando rapidamente participação no mercado chinês com modelos híbridos e elétricos mais acessíveis. Enquanto a Toyota tem se beneficiado de sua forte linha de carros híbridos nos EUA, segmento em que a Nissan falhou em se posicionar de forma competitiva.
O presidente-executivo da Nissan, Makoto Uchida, reconheceu que a montadora errou ao não prever a demanda acelerada por veículos híbridos no mercado norte-americano. A empresa começou a perceber a mudança nas preferências dos consumidores apenas no final do ano fiscal anterior. Quando o interesse por modelos híbridos cresceu significativamente, algo que a Nissan não conseguiu atender de forma eficaz.
Reajustes estratégicos
Esse erro no planejamento levou a uma queda nas vendas de seus modelos híbridos, um segmento crescente no mercado, especialmente com a mudança de comportamento dos consumidores em direção a veículos mais eficientes em termos de consumo de combustível e menos poluentes.
Em um esforço para reverter essa situação, a Nissan anunciou que, além da redução de sua produção, fará ajustes na velocidade das linhas de produção e modificações nos turnos de trabalho nas fábricas. Além disso, a empresa está acelerando a colaboração com seus parceiros estratégicos. Ainda, incluindo a Renault e a Mitsubishi Motors, na tentativa de melhorar a eficiência e reduzir custos.
Medidas adicionais para a reestruturação
Além dos cortes de pessoal e produção, a Nissan também está tomando medidas drásticas para melhorar sua situação financeira, como a venda de até 10% de sua participação na Mitsubishi Motors, que deve gerar aproximadamente 68,6 bilhões de ienes (US$ 445 milhões). A montadora também anunciou a redução do prazo de desenvolvimento de seus novos modelos de veículos de 36 para 30 meses. Dessa forma, o que visa aumentar a agilidade no lançamento de novos produtos no mercado.
Essas mudanças fazem parte de um esforço contínuo da Nissan para melhorar sua competitividade e sustentabilidade no mercado global. O impacto dessas decisões já é evidente nos resultados financeiros da empresa: no segundo trimestre de 2024, o lucro operacional da Nissan despencou 85%. No entanto, alcançando apenas 31,9 bilhões de ienes (US$ 211 milhões), muito abaixo das estimativas do mercado, que esperava um lucro de cerca de 66,8 bilhões de ienes.
O cenário difícil enfrentado pela Nissan reflete um desafio maior para a indústria automotiva global. Assim, com a transição para veículos elétricos e híbridos exigindo investimentos massivos e uma adaptação rápida às mudanças nas preferências dos consumidores. A montadora, contudo, terá que se reinventar nos próximos anos. Equilibrando sua reestruturação interna com uma adaptação mais eficaz ao novo mercado de mobilidade.
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