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O IRB irá fazer seu grande “comeback”? A crise das ações do IRB Brasil, também conhecido como IRB Brasil Resseguros S.A. (IRBR3), começou em fevereiro de 2020, quando a gestora de investimentos Squadra divulgou um relatório que levantava dúvidas sobre a solidez financeira da empresa. A Squadra afirmou que o IRB teria manipulado informações contábeis para inflar seus resultados financeiros, o que gerou uma queda acentuada nas ações da companhia.
A partir daí, outras empresas de investimentos e instituições financeiras começaram a investigar a situação do IRB, e algumas delas também divulgaram relatórios questionando as práticas contábeis da companhia. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão regulador do mercado de capitais no Brasil, abriu uma investigação para apurar as denúncias.
Conforme as investigações avançaram, descobriu-se que o IRB havia realizado operações financeiras que não eram transparentes, em especial no que se refere à exposição a riscos e à reserva técnica da empresa. A companhia também teria concedido garantias excessivas a empresas do mesmo grupo, o que poderia comprometer sua solvência em caso de uma crise.
Em março de 2020, o IRB reconheceu que havia cometido irregularidades contábeis e anunciou que faria uma revisão completa de seus números. Como resultado, o preço das ações da empresa despencou ainda mais. Além disso, o CEO da companhia, José Carlos Cardoso, renunciou ao cargo.
Desde então, o IRB tem adotado medidas para tentar recuperar a confiança dos investidores e do mercado. A empresa contratou uma auditoria externa para avaliar suas práticas contábeis e implementou mudanças em sua gestão. No entanto, o episódio afetou significativamente a imagem e a reputação da companhia, que perdeu valor de mercado e enfrentou processos judiciais e regulatórios.
Em sua jornada de expiação, a companhia segue reestruturando suas operações e pode ganhar uma grande “green flag” em breve.
Segundo o banco Morgan Stanley, o IRB deve voltar a fazer parte do Ibovespa na próxima carteira do índice, que entrará em vigor a partir de 2 de maio.
A primeira prévia da nova composição quadrimestral do índice, que vigora entre maio e agosto, será no dia 3 de abril.
O Morgan espera que o IRB volte para o índice, enquanto projeta três saídas: Banco Pan ([BPAN3), Ecorodovias (ECOR3) e EzTec (EZTC3).
O que classifica uma empresa a fazer parte do Ibovespa?
O índice Ibovespa é o principal indicador da bolsa de valores brasileira, e por isso “filtra” muito bem os elementos que compõem o índice. E isto é definido seguindo três importantes critérios:
O primeiro é ser um ativo negociado com regularidade. Ele deve estar entre os ativos que representem 85% em ordem decrescente de Índice de Negociabilidade (IN), no no período de vigência das três carteiras anteriores. Além disso, deve ter sido negociado em 95% dos pregões durante o mesmo período. Esses critérios são os principais a serem atendidos pelo IRB.
O segundo é ter um volume financeiro relevante, com participação de pelo menos 0,1% do volume negociado durante o período de vigência das três carteiras anteriores.
O terceiro é não ser penny stocks, que são ações negociadas a valores menores do que R$ 1,00. Cabe destacar que o fato de negociar abaixo de R$ 1 culminou com a saída do IRB do Ibovespa na carteira do índice que vigorará até abril de 2023.
A resseguradora aprovou o grupamento de ações em dezembro passado de trinta para um, de modo a atender as regulamentações da B3; o grupamento teve efeito no dia 25 de janeiro. Na última sexta, a ação fechou a R$ 22,02.
Os analistas também estimam quais ações poderiam ter maiores ganhos de participação, sendo elas Vale (VALE3;+0,5%), Eletrobras ON (ELET3;+0,3%], Aliansce (ALSO3; +0,2%) e Energisa (ENGI11; +0,2%) e BTG Pactual (BPAC11; +0,2%).
Já as maiores perdas seriam de Gerdau (GGBR4), Petrobras PN (PETR4), Rede D’Or (RDOR3) e Banco Pan (BPAN4), todas com queda de 0,1% de participação.
Vale ficar de olho nas possíveis entradas e saídas de uma ação do Ibovespa. Pode haver uma valorização das empresas candidatas à entrada do índice por conta do aumento do interesse dos investidores nesses ativos, além do impacto do fluxo de fundos passivos (e vice-versa).
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