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Após um ano de 2022 marcado por um pagamento recorde de dividendos, a Petrobras (PETR3; PETR4) apresentou uma redução nos proventos distribuídos em 2023, perdendo o posto de maior pagadora de dividendos da Bolsa. Contudo, para 2024, as expectativas se mantêm altas: especialistas são unânimes ao afirmar que, apesar de uma possível desaceleração no ritmo de pagamentos, a estatal brasileira continuará entre as líderes na distribuição de proventos.
A XP, em suas projeções, estima um dividend yield de 11,2% para a Petrobras no próximo ano. Contudo, Wendell Finotti, CEO da Meu Dividendo, tem uma visão mais otimista, esperando um yield entre 15% e 20%. Tal projeção colocaria a ação PETR4 em um patamar similar ao observado ao longo de 2023. Em 2022, a companhia alcançou um impressionante dividend yield de 59,8%, distribuindo R$ 124,79 bilhões aos acionistas e se posicionando como a segunda maior pagadora de dividendos do mundo.
Os pagamentos da Petrobras em 2023, até o terceiro trimestre, somam R$ 62,8 bilhões, representando uma redução de 50% em relação ao ano anterior, mas ainda assim superiores aos de 2021 e 2020. A expectativa é de que o ano fiscal de 2023 feche com um dividend yield em torno de 20%, considerando os proventos do quarto trimestre e eventuais pagamentos extraordinários. A Petrobras, em seu Plano Estratégico 2024-2028, confirmou a previsão de manutenção de dividendos extraordinários pelos próximos cinco anos.
Além dos dividendos, outros aspectos reforçam a atratividade das ações da Petrobras. André Vidal, analista de óleo e gás da XP Research, destaca que as ações da empresa negociam com um “desconto” significativo em relação aos principais pares do setor. O múltiplo EV/EBITDA da estatal está em 2,7 vezes para 2023, comparativamente inferior às empresas americanas e europeias do setor.
Vidal também ressalta que a Petrobras deve apresentar um aumento de 24% na produção de óleo e gás nos próximos quatro anos, com a meta de produção para 2024 sendo 5% superior à de 2023. Essa expansão na produção é um ponto chave para sustentar a geração de caixa e, consequentemente, os pagamentos de dividendos.
O Santander, por sua vez, enfatiza o Capex próximo de US$ 18 bilhões para o próximo ano, o que deverá contribuir para uma robusta geração de caixa e, assim, para a manutenção dos dividendos. A análise do banco também realça a importância dos dividendos como “peça-chave para a tese de investimentos de Petrobras”.
Ainda em linha com uma perspectiva positiva, a XP sinaliza a possibilidade de recompra de ações pela Petrobras como um fator que pode impulsionar os retornos para os investidores em 2024. A corretora estabeleceu um preço-alvo de R$ 36,70 para as ações preferenciais da empresa no próximo ano. O Santander, mantendo uma alocação próxima à neutra em relação ao benchmark da Ibovespa, reforça a relevância da estatal no mercado acionário brasileiro.
O que são dividendos?
Dividendos são uma parcela do lucro de uma empresa que é distribuída aos seus acionistas. Eles são uma forma de a empresa recompensar os acionistas pelo investimento feito, e são geralmente pagos em dinheiro, mas também podem ser pagos na forma de mais ações da empresa.
A decisão de quanto do lucro será distribuído como dividendos é geralmente tomada pela diretoria da empresa e deve ser aprovada pelos acionistas em uma reunião anual. A outra parte do lucro é geralmente reinvestida na empresa para financiar o crescimento e a expansão.
O valor do dividendo que um acionista recebe depende do número de ações que ele possui. Por exemplo, se uma empresa paga um dividendo de R$1 por ação e você possui 100 ações, você receberá R$100 em dividendos.
Os dividendos são uma forma importante de retorno para os investidores, especialmente para aqueles que investem a longo prazo. Eles podem ser reinvestidos para comprar mais ações ou podem ser usados como uma fonte de renda.
Dividendos e Juros sobre Capital Próprio (JCP) são duas formas que as empresas têm de distribuir parte de seus lucros aos acionistas, mas eles têm diferenças significativas principalmente no aspecto tributário.
Dividendos: São distribuídos a partir do lucro líquido da empresa, após a dedução de todos os impostos. Portanto, os dividendos são isentos de imposto de renda para os acionistas que os recebem, pois a empresa já pagou todos os impostos devidos.
Juros sobre Capital Próprio (JCP): É uma forma alternativa de distribuição de lucros que tem um benefício fiscal para a empresa. O JCP é tratado como uma despesa operacional para a empresa e, portanto, reduz o lucro tributável da empresa, resultando em menos imposto de renda devido pela empresa. No entanto, ao contrário dos dividendos, o JCP é tributável para os acionistas que o recebem. A alíquota é de 15% e o imposto é retido na fonte.
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