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Selic a 13,75% ao ano, em que investir?

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Na quarta-feira, 20 de setembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a taxa Selic em 13,75% ao ano, interrompendo o ciclo de alta de juros após uma sequência de 12 aumentos seguidos. Dentre as questões que ficam para os investidores, destaca-se: em que investir?

Levando em conta que o investidor já tenha uma reserva de emergência, é necessário entender quais as oportunidades disponíveis e como alocar seus recursos. Como as incertezas estão sobre os mercados, a sugestão é de cautela. A avaliação dos riscos está crítica, uma vez que tanto os fatores de alta quanto de baixa de inflação são possíveis e prováveis. Lembrando que um dos principais mecanismos utilizados no combate à inflação é a determinação da taxa de juros básica da economia, Selic.

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O cenário de inflação atualizado utilizado por quem determina essa Selic-Meta, Copom, pode ser sintetizado pelos fatores de risco em direções de alta e de baixa. Os destaques dos riscos de alta são (i) uma maior persistência das pressões inflacionárias globais; (ii) a incerteza sobre o futuro fiscal do país e os estímulos fiscais adicionais que impliquem sustentação da demanda agregada, parcialmente incorporados nas expectativas de inflação e nos preços de ativos; e (iii) uma diferença entre a produção atual e a capacidade instalada mais estreita que está sendo utilizada pelo Comitê em seu cenário de referência, em particular no mercado de trabalho. Para os riscos de baixa, ressaltam-se (i) uma queda adicional dos preços das commodities internacionais em Real; (ii) uma desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada; e (iii) a manutenção dos cortes de impostos projetados para serem revertidos em 2023.

Diante das declarações do Comitê, a renda fixa e os fundos multimercados tendem a ser atraentes. Na renda fixa existem títulos públicos e privados, podendo ser pré e pós-fixados. Os multimercados podem balancear suas compras desde a renda fixa até a variável.

Para o perfil conservador, os títulos públicos pós-fixados, atrelados à Selic ou à inflação (IPCA) com vencimento de curto prazo até 2028, e os títulos privados Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) pós-fixados, são adequados.

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Para o investidor mais arrojado, os títulos públicos pós com vencimentos longos, além de 2045, e os pré-fixados, tendem a ser mais interessantes. Cabe destacar que na alocação em papéis pré, o risco é direcional de alta, uma vez que visa ganhar com a captura do movimento de queda da inflação e, consequentemente, da taxa de juros. Acrescentando mais risco, estão os produtos de crédito privado. Os com rating “AAA” e “AA”, em destaque o setor de infraestrutura, podem ser uma opção mediante análise da empresa emissora.

Uma alternativa aos investidores pode ser a alocação em fundos multimercados que combinam baixos aportes, diversificação, gestão profissional e, dependendo do fundo, liquidez. Se tiverem gestão ativa eficiente, podem trazer benefícios ao conseguirem antecipar os movimentos de valorização e de desvalorização dos papéis de renda fixa e/ou variáveis, dadas as oportunidades nesse cenário de grande incerteza.

Por fim, para um prazo maior do que três anos, pode haver boas oportunidades em ações internacionais que estão “baratas”, mas com bons fundamentos. Grandes empresas, geradoras de caixa, rentabilidade sustentável etc. Vale ressaltar que para essa alocação há a exposição ao risco de câmbio.

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Maurício Takahashi, professor na Área de Finanças, Economia e Métodos Quantitativos do Centro de Ciências Sociais e Aplicadas (CCSA) da Universidade Presbiteriana Mackenzie, campus Alphaville.


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