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- Tom Vilsack, Secretário de Agricultura dos EUA, expressou preocupações sobre retaliações comerciais da China devido a restrições à propriedade de terras agrícolas nos EUA.
- A venda forçada de terras da Syngenta Ag, subsidiária da ChemChina, em Arkansas, reflete restrições estatais à propriedade estrangeira.
- O Brasil superou os EUA como principal exportador mundial de milho e soja, devido a compras chinesas reduzidas.
- Os EUA enfrentam um déficit comercial de US$ 6 bilhões no primeiro trimestre devido à importância das exportações agrícolas.
- Vilsack sugere diversificar exportações agrícolas para reduzir dependência da China, enquanto mantém relações comerciais.
O Secretário de Agricultura dos Estados Unidos, Tom Vilsack, expressou preocupações sobre possíveis retaliações comerciais da China em resposta às recentes restrições impostas à propriedade de terras agrícolas por estrangeiros nos EUA. Reportagem publicada hoje (11) pela Bloomberg, aponta que Vilsack suspeita que a China possa estar direcionando suas compras de soja e milho para o Brasil como uma espécie de retaliação.
Recentemente, o Estado de Arkansas, liderado por republicanos, compelou a Syngenta Ag, uma subsidiária do grupo estatal chinês ChemChina, a vender 64 hectares de terras. Isso foi possível graças a uma nova legislação estadual que restringe a posse de terras por certos grupos estrangeiros. A área em questão estava sob controle da Syngenta desde 1988, antes de ser adquirida pelos chineses.
Os EUA enfrentaram um déficit comercial de US$ 6 bilhões no primeiro trimestre deste ano, o que comprova a relevância das exportações agrícolas para a economia do país.
“Com a China comprando menos alimentos dos EUA, o Brasil tomou o lugar dos EUA como o principal exportador de milho do mundo após já fazê-lo com a soja”
disse o secretário americano.
Tom Vilsack defendeu que os EUA diversifiquem suas exportações para outros países além da China, mas mantenha as relações comerciais com o país.
Arkansas x Syngenta
Em 20 de outubro de 2023, a governadora do estado do Arkansas, Sarah Huckabee Sanders, anunciou uma decisão histórica: a proibição da empresa Syngenta, de propriedade da estatal chinesa ChemChina, de possuir terras agrícolas no estado. A medida, tomada em meio a preocupações com a segurança nacional, marcou o Arkansas como o primeiro estado dos Estados Unidos a implementar uma proibição desse tipo.
A governadora Sanders destacou que a Syngenta detinha 160 acres de terra no Arkansas, dedicados à pesquisa em tecnologia de sementes. No entanto, a propriedade pela ChemChina, uma empresa listada pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos como ligada ao setor militar chinês, gerou alarme entre autoridades estaduais.
Em seu pronunciamento, Sanders ressaltou que a decisão foi respaldada por uma legislação aprovada no início do ano, que vetava estrangeiros de nove países de possuírem terras no estado. Além da proibição de posse de terras, a Syngenta enfrentou uma multa substancial de US$ 280 mil por não ter divulgado a propriedade das terras em tempo hábil, conforme reportagem do site Farms.com.
A medida também incluiu a criação do Escritório de Inteligência Agrícola, cuja função era analisar dados relacionados à venda de terras agrícolas para estrangeiros. Essa iniciativa visou proteger os interesses e a segurança do estado no setor agrícola, reforçando a importância da regulamentação e vigilância em relação à propriedade de terras por entidades estrangeiras.
O Arkansas se destacou, portanto, como pioneiro na implementação de políticas destinadas a salvaguardar seus recursos agrícolas e garantir a integridade de suas operações no setor. A decisão da governadora Sanders refletiu um compromisso com a segurança nacional e a proteção dos interesses do estado em meio a preocupações crescentes sobre a influência estrangeira no setor agrícola.
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