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Nesta sexta-feira (22), o mercado de petróleo continuou a reagir à crescente escalada de tensões no conflito entre a Rússia e a Ucrânia. Os contratos futuros do petróleo Brent, referência internacional, subiram 1,26%, alcançando o preço de US$ 75,17 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres. No acumulado da semana, o Brent registrou um avanço de 5,7%, consolidando o movimento de alta que começou no início da semana.
Por outro lado, o petróleo West Texas Intermediate (WTI), referência para os Estados Unidos, teve uma valorização de 1,63%, fechando a US$ 71,24 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex). Nos últimos cinco dias, o WTI obteve ganhos de 6,5%, refletindo o aumento da incerteza global em relação aos desdobramentos do conflito.
O petróleo, tradicionalmente um termômetro para o sentimento dos investidores, tem mostrado uma forte pressão em meio à intensificação das tensões entre Rússia e Ucrânia. Esse aumento da aversão ao risco está refletido nas negociações do mercado, com investidores buscando refúgios seguros diante da instabilidade geopolítica.
A escalada das tensões se deu após o anúncio feito pela Rússia de que havia disparado um míssil balístico hipersônico na Ucrânia, em um ataque ocorrido na quinta-feira (21). O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que a ação teve como objetivo enviar uma mensagem ao Ocidente, alertando que Moscou responderia às ações “imprudentes” tomadas pelos países ocidentais em apoio à Ucrânia.
“A principal mensagem é que as decisões e ações imprudentes dos países ocidentais, que produzem mísseis, fornecendo-os à Ucrânia e, posteriormente, participando de ataques ao território russo, não podem ficar sem uma reação do lado russo”.
declarou Peskov aos repórteres.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, também se manifestou sobre a questão, alegando que o disparo do novo míssil foi uma resposta ao ataque ucraniano, que, com a aprovação dos Estados Unidos, utilizou mísseis ATACMS fabricados na América e mísseis Storm Shadow de origem britânica. Em sua fala, Putin ressaltou que a guerra havia “adquirido elementos de caráter global” após esses ataques.
Em resposta a esses acontecimentos, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, qualificou o uso do novo míssil russo como “uma escalada clara e severa” do conflito e fez um apelo à condenação internacional. Zelenskiy, em comunicado oficial, pediu que a comunidade global intensifique a pressão sobre a Rússia, uma vez que o uso de armamento de última geração indica um aumento no nível de violência do conflito.
A escalada da guerra tem gerado um impacto direto nos mercados financeiros. O petróleo, como ativo sensível a variações geopolíticas, tende a reagir a cada movimento significativo no cenário internacional. O aumento da incerteza com a ameaça de um conflito de maior escala entre potências ocidentais e a Rússia tem pressionado os preços para cima, enquanto os investidores se tornam mais cautelosos.
Com a guerra entre Ucrânia e Rússia aparentemente sem um desfecho próximo, a volatilidade nos mercados de energia deve continuar, mantendo o petróleo como um dos principais ativos de risco. A alta nos preços do petróleo reflete a percepção do mercado sobre o risco de uma maior deterioração na situação, o que pode gerar novos aumentos nos custos do barril.
Perspectivas para o mercado
Os analistas do setor de petróleo continuam a monitorar de perto os desenvolvimentos geopolíticos, principalmente no que diz respeito às possíveis sanções econômicas que podem ser impostas à Rússia, e as reações do Ocidente diante dos novos ataques.
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