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As operações no mercado de capitais movimentaram R$ 39,6 bilhões em fevereiro, segundo relatório da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).
O valor representa um crescimento de 68% em relação ao mês anterior e de 26,8% em relação ao mesmo período de 2021.
A alta no volume total de captações foi, em grande parte, estimulada pelo aquecimento da indústria de follow-ons (ofertas subsequentes de ações) e pelo rápido avanço das notas comerciais, que começaram a ser emitidas em novembro.
As notas comerciais tiveram a emissão desburocratizada na edição da Lei 14.195 e tornaram-se uma alternativa para empresas que desejam obter capital de giro de forma rápido.
O elevado interesse do mercado fez com que as ofertas desse título de dívida movimentassem R$ 5,16 bilhões em fevereiro — alta de 1.059,6% em relação a janeiro, quando o volume captado ficou em R$ 445 milhões.
De cinco operações envolvendo o título, duas delas levantaram R$ 2 bilhões cada e tiveram como emissores Csixers Holding e Diagnósticos da América, respectivamente.
A representatividade das notas comerciais no volume total de captações em renda fixa chegou a 18,5% no mês. Esse instrumento ficou atrás apenas das debêntures, que seguem na liderança com participação de 60,4% na renda fixa no período.
Follow-ons crescem
Em renda variável, o destaque ficou por conta das operações de follow-on, que saltaram de R$ 6 milhões em janeiro para R$ 11,29 bilhões em fevereiro.
Grande parte desse aumento é resultado de três ofertas, que envolvem o aumento de capital da BRF (R$ 5,17 bilhões), da Equatorial Energia (R$ 2,78 bilhões) e da Alpargatas (R$ 2,49 bilhões).
Em comparação com 2021, o volume captado por follow-ons no último mês só é menor do que o registrado em maio e julho do ano passado.
Cerca de 60,7% do montante captado foi direcionado para aquisição de participação acionária, seguido de aquisição de ativos e atividades operacionais, com 22,7%.
Apesar de nenhuma empresa abrir capital em fevereiro, os follow-ons garantiram que as operações de renda variável representassem 28,5% do volume total de captações no mês. Em janeiro, essa parcela foi de apenas 1,7% (R$ 411 milhões).
Debêntures atraem fundos
As debêntures continuam a ser o título com maior captação no mercado de capitais brasileiro. Em fevereiro, mais uma vez as ofertas superaram o valor movimentado no mesmo período de 2021 — de R$ 14,48 bilhões passou para R$ 16,83 bilhões. O montante representa 42,5% do volume total de captações do mês.
De janeiro a fevereiro, a maior parte dos recursos foram direcionados para capital de giro (36,3%). Essa parcela era de 25,3% no mesmo período do ano passado. Já as captações destinadas a projetos de infraestrutura caíram para 26,6%, quando comparadas com igual período do último ano (36,9%).
Na comparação entre janeiro e fevereiro de 2021 com o mesmo período de 2022, os fundos de investimento passaram a demonstrar maior apetite por ativos de renda fixa.
Esses subscritores reduziram a participação em ofertas no mercado acionário de 53,8% para 24,7%, enquanto elevaram as posições em ofertas de debêntures de 19% para 34%.
Mercado externo
As captações externas totalizaram US$ 1,84 bilhão em fevereiro, com US$ 1,8 bilhão proveniente da renda fixa e US$ 43 milhões, da renda variável. Em 2022, o volume de captações foi de US$ 3,84 bilhões, abaixo dos US$ 7,3 bilhões do primeiro bimestre do ano passado.
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