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Passamos na última semana oficialmente para o segundo semestre do ano, e o “flashback” dos primeiros seis meses apontam que a economia brasileira soube “dançar conforme a música”.
A expectativa geral no ínicio não era nada animadora. Com a retomada dos lockdowns ao redor do globo, e os iniciais rumores de uma possível guerra na Europa. No entanto, a economia brasileira soube lidar com estas adversidades e se provou em um caminho promissor. Mas talvez, essa retomada tenha dias contados.
O “brazilian dream?”
O IBGE disse na última semana que a taxa de desemprego caiu abaixo dos 10%, algo que se esperava apenas no final do ano, e ficou em 9,8% no trimestre encerrado em maio.
É a menor taxa de pessoas sem trabalho para esse período do ano desde 2015. O total de pessoas ocupadas, somando os empregos formais e informais, atingiu 97,5 milhões – o maior número da série histórica. Os salários continuam reprimidos e boa parte das vagas são em empregos precários, mas houve uma melhora expressiva em relação ao ano passado.
O número de empregados com carteira assinada no setor privado avançou 12% em relação ao mesmo período do ano passado.
Houve duas causas principais para os resultados acima do esperado, dizem os analistas. Em primeiro lugar, a reabertura pós-covid empurrou para cima o comércio e os serviços de maneira geral.
Além disso, a valorização das commodities exportadas pelo Brasil ajudou a irrigar a atividade econômica e criar oportunidades de emprego.
“O setor de commodities costuma ser subestimado por muitos economistas, mas ele representa a nossa única grande vantagem comparativa” […] “Quando os preços das matérias-primas sobem, isso irriga toda a economia. Existe um grande efeito multiplicador.”
Tony Volpon, estrategista-chefe da WHG e ex-diretor do Banco Central.
Para o economista Mauricio Oreng, do Santander, o ciclo de retomada da economia surpreendeu e foi mais rápido do que o imaginado, reduzindo a ociosidade e incentivando as contratações.
“Os dados do emprego formal mostraram um dinamismo muito bom. Temos um conjunto de dados positivos”, afirmou ele. “Esperamos um aumento de 3% na massa total de rendimentos dos brasileiros, o que inclui também os benefícios sociais.
Infelizmente, muitos economistas temem que esse bom momento possa estar com os dias contados – dado que os efeitos da Selic mais alta serão sentidos mais intensamente nos próximos meses. Volton ainda lembra que o cenário externo não favorece para a valorização da nossa moeda:
“Com a economia mais forte do que o esperado, deveríamos esperar um real mais forte” […] “Mas isso não ocorre por causa do cenário externo e de toda essa questão fiscal no Brasil, embora eu particularmente acredite que o mercado exagere um pouco nesse ponto. Tem fixação no fiscal. As contas públicas estão hoje em uma situação estruturalmente melhor do que se diz, graças ao aumento na arrecadação e a algumas medidas de controle de gastos, como nos salários do funcionalismo – que foram segurados a ferro e fogo.”
Tony Volpon.
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