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O que os gringos estão achando da bolsa brasileira?

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Os investidores estão sempre em busca de boas oportunidades de investimento, e isso claro, não se restringe apenas a seu país de origem. Logo, enquanto estamos sempre de olho do que está acontecendo na economia americana, os “gringos” também vivem observando o nosso país em busca das melhores oportunidades.

Para saber exatamente o que os investidores americanos estão pensando em relação ao mercado, e claro, da nossa bolsa, Luiz Cherman, economista do Itaú Unibanco, e Marcelo Sá, estrategista-chefe do Itaú BBA foram para os Estados Unidos, buscarem diretamente na fonte explicações para estas perguntas.

A torneira fechou

Um dos motivos que a opinião dos investidores estrangeiros se torna tão relevante é o fato de a torneira ter fechado. Depois de assistir à chegada de R$ 69,1 bilhões em investimentos vindos do exterior no primeiro trimestre de 2022, a Bolsa brasileira viu as fontes do dinheiro internacional fecharem, com o saldo estrangeiro ficando negativo em R$ 1 bilhão de abril a junho.

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No entanto, essa reversão não representa qualquer tipo de pessimismo com o mercado local ou encarecimento dos ativos, segundo os analistas.

Afinal, em conversas com investidores estrangeiros, ouviram que a alta da inflação e da Selic estão reduzindo o potencial de ganhos que os “gringos” podem ter com o mercado local nesse momento.

“Existe um consenso de que o Brasil está barato”, afirmou Sá no episódio mais recente do podcast Itaú Views, que entrou no ar nesta segunda-feira, dia 11.

“Só que o momento atual é muito desafiador para o mercado de equities, que está tomando muito resgate, com a alta da Selic incentivando a migração de clientes de equities para renda fixa”, afirmou.

Os investidores americanos

Desse modo, os analistas Sá e Cherman estiveram reunidos com mais de 20 investidores institucionais nos Estados Unidos há duas semanas, ouvindo as percepções deles a respeito do Brasil e apresentando as teses do banco para a economia e o mercado de ações.

Afinal, segundo eles, a principal dúvida era sobre quando os juros vão começar a ceder, para poder se posicionar e aproveitar as primeiras variações de preços.

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Apesar de não estarem vindo para a Bolsa como no começo do ano, os estrangeiros estão de olho em oportunidades, concentrando suas atenções em ações de valor, aquelas de empresas consolidadas e boas pagadoras de dividendos.

As companhias de commodities continuam sendo as queridinhas, mas Sá e Cherman perceberam um interesse crescente por empresas da área da saúde.

“Os investidores queriam saber se tinha chegado no bottom e se agora vai ter recuperação, ou não”, afirmou Sá. A questão das eleições também dominou as conversas sobre política, mas com uma novidade: agora, os estrangeiros também estão interessados em como o Brasil vai se portar na política internacional.

Pior do que o esperado

No entanto, o mercado americano apresentou atualizações pessimistas nesta manhã, com dados do CPI indicando que a inflação está maior do que o previsto.

Em vez de esfriar, a inflação esquentou apesar da redução na gasolina em julho. O CPI acima do previsto, tanto no índice cheio quanto no núcleo, eliminou qualquer possibilidade de alta menor que 75 pb nas taxas na reunião do Fomc de 27/7, o segundo nessa magnitude.

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Ao contrário, cresceram as apostas em alta de 1 pp, a 33,2%, de 11,8%, o que significaria juro entre 2,50% e 2,75% este mês. Atualmente, os juros estão entre 1,50% e 1,75%.

Há duas semanas, as chances de alta de 75 pb chegaram a cair a 65,3%,em meio a preocupações de que aumentos excessivos de juros possam levar os EUA a uma recessão.

Quanto mais alto e mais rápido o Fed subir os juros, mais aumentam os riscos de recessão nos EUA , que vários economistas já vislumbram nos próximos 12 meses.


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