Guia do Investidor
imagem padrao gdi
Notícias

Onde investir no segundo semestre? Veja as perspectivas econômicas e o que esperar

Nos siga no Google News

Continua após o anúncio

Especialistas das áreas de Análise, Agro e Macroeconomia revelam possíveis cenários, que incluem alta de 13,75% na Taxa Selic para agosto e PIB de 1,6% em 202

Com estouro da meta de inflação, juro alto por tempo prolongado e inadimplência do consumidor nas alturas, a economia brasileira viveu um ambiente complexo na primeira metade de 2022. Para analisar esse contexto de modo mais detalhado e seus possíveis efeitos para a sequência do ano, a Terra Investimentos – uma das principais casas independentes do Brasil – ouviu alguns de seus especialistas sobre as perspectivas econômicas para o segundo semestre de 2022.

Nesse sentido, profissionais das equipes de Análise, Agro e Macroeconomia comentaram sobre desafios e oportunidades no plano nacional e internacional, oferecendo dicas capazes de potencializar os rendimentos de investidores.

Cenário interno desafiador exige diversificação de investimentos, com commodities e renda fixa em foco

Em um ano de eleição polarizada – o que historicamente faz o mercado de ações operar com alta volatilidade – o Banco Central mantém-se focado no combate à inflação que continua, apesar dos esforços e da recente melhora nos indicadores, em patamar elevado.

Segundo posicionamento recente do próprio BC, por exemplo, a previsão de alta da inflação caiu para 7,30% – há um mês, a projeção era superior a 8% – mas segue muito distante do centro da meta do Conselho Monetário Nacional (3,5%). Dentro desse contexto, a Terra Investimentos estima que o Copom, em sua reunião de agosto, deve elevar a Selic para 13,75% – patamar no qual deve seguir até o final deste ano. A Casa acredita ainda que, ao longo de 2023, terá início um processo de queda da taxa Selic, ainda que de forma gradual e calculada.

Para Régis Chinchila, Analista de Investimento na Terra Investimentos, todo esse cenário deve fazer com que o mercado de ações permaneça volátil e oferecendo prêmio de risco para investidores de longo prazo. O especialista, nesse sentido, aconselha o investidor a manter a diversificação com commodities.

“No mercado interno: varejo, construção civil, bancos, entre outros, estão com múltiplos descontados. Mas ainda dependem de uma melhor definição do cenário de retomada da economia brasileira, menores custos e ganhos de margens. Já os ativos de commodities vão depender da velocidade da recuperação da economia chinesa (ainda com restrições pelo combate à Covid-19). No segundo semestre, o cenário continua incerto e, com isso, a melhor indicação seria a alocação e diversificação nos investimentos. Dessa forma, aplicar parte dos investimentos em renda fixa para que seja possível aproveitar os patamares das taxas de juros, podendo-se ainda alocar uma pequena parcela em títulos pré-fixados, a fim de garantir a rentabilidade”, comenta Chinchila.  

Eliz Sapucaia, Analista de Estratégia de Investimentos da Casa, lembra que, do ponto de vista mercadológico, o Brasil vive ainda o período tradicionalmente instável e de conflito de visões sobre a pauta econômica.

“A polarização mais forte deste ano não deve fazer com que percamos de vista a necessidade de que se discutam desafios cruciais para o futuro do país, como o teto de gastos, política fiscal e privatizações. No âmbito dos investimentos, a renda fixa – que teve crescimento de 25% em emissões de título no primeiro semestre – segue como uma boa opção por conta justamente dos preços e dos múltiplos reforçados, mas é importante lembrar que, dentro de renda fixa, também é possível (e recomendável) a diversificação entre títulos pós-fixados, pré-fixados e indexados à inflação”, explica Sapucaia.

Ritmo de desaceleração

Leia mais  Autoridades dos EUA investigam Binance por supostamente trabalhar com exchange acusada de lavagem de dinheiro

Já Homero Azevedo Guizzo, economista da Terra Investimentos, indica que o segundo semestre provavelmente verá uma desaceleração do crescimento em função dos efeitos defasados do aperto monetário em curso desde março do ano passado.

“O aumento da inflação concorre para reduzir o crescimento econômico, ao corroer o poder de compra das famílias e encurtar horizontes de planejamento para as decisões de investimento. Com isso, projetamos crescimento de 1,6% para o PIB brasileiro no ano de 2022 e 1,0% de crescimento para 2023”, aponta Guizzo.

Sobre esse ponto, um levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em março deste ano, 77,5% das famílias estavam endividadas, ante 67,3% em março do ano passado. Segundo o Banco Central, ainda, a renda disponível das famílias — motor do consumo que alavanca a produção de bens e serviços — encolheu quase 5% entre dezembro de 2020 e dezembro de 2021.

“Na contramão desse efeito, o aumento das transferências de renda deve preservar algum dinamismo no crescimento do PIB, mas o mais provável é que o bom desempenho do primeiro semestre não se repita. E, embora o mercado de trabalho esteja emitindo alguns sinais animadores – há geração de emprego e uma incipiente melhora nos indicadores de rendimento real – ainda falta consistência nesse movimento”, acrescenta o economista.

A Terra Investimentos prevê ainda que, em 2022, a Agropecuária será o setor que mais crescerá (+2,4%), seguido pelo setor de Serviços (+2,0%), enquanto o PIB industrial deve encolher 0,4%.

Leia mais  Digital Currency Group suspende pagamento trimestral de dividendos

Agronegócio, cenário internacional e impactos no Brasil

No cenário internacional, a inflação global conta com bancos centrais aumentando juros (política contracionista) e os Estados Unidos avaliando os impactos em seu PIB, com players olhando para o cenário de recessão.

Vale frisar que, diante desse cenário, diferentes órgãos revisaram para baixo as perspectivas para a expansão da economia mundial em 2022. Universalização da inflação, aumentos substanciais das taxas de juros, desaceleração no crescimento econômico da China e sanções relacionadas à guerra na Ucrânia são alguns dos motivos para a piora. Em seu último levantamento, por exemplo, o FMI baixou para 3,2% (ante 3,6% de abril), a estimativa de crescimento global.

O economista da Terra Investimentos Homero Azevedo Guizzo apontou que, dado esse panorama, a melhor oportunidade de investimentos segue no agronegócio.

“A guerra russo-ucraniana e o consequente aumento global nos preços de fertilizantes reduzem a rentabilidade do setor, mas os problemas enfrentados pela Ucrânia para acessar os mercados de grãos se apresentam como uma oportunidade ao Brasil, cujas exportações de grãos tendem a ganhar market share.”

Segundo Geraldo Isoldi, Especialista em Commodities da Terra Investimentos, a recessão global causará um temor em relação às demandas de commodities mais básicas – como o Milho – até às menos prioritárias como o Café. Para o especialista, entretanto, o preço de tais commodities deve se manter em patamar elevado.

“A produção de grãos e oleaginosas no Brasil tem uma situação otimista, apesar de problemas climáticos enfrentados no começo da temporada 21/22 e deve se beneficiar do novo quadro de comércio mundial (com a saída da Ucrânia) com um boom principalmente nas exportações de Milho, com estimativas acima de 42 milhões de toneladas, e ganhos significativos nas de Trigo – mercado no qual o país não é um tradicional exportador.

As dúvidas e temores em relação ao consumo podem não permitir novas máximas nos preços das commodities, que já atingiram níveis históricos recentemente, mas a produção apertada de produtos como Milho, Soja, Café e Carne Bovina deve manter os valores em patamares elevados”, explica Isoldi.

Dados recentes, por fim, ajudam a explicar a importância do agronegócio e sua consequente influência no mercado de investimentos.

Leia mais  5 dicas para começar a investir na bolsa de valores

No Brasil, segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, a balança comercial do agronegócio brasileiro registrou superávit de US$ 43,7 bilhões no acumulado de 2022, que considera os meses de janeiro a abril.

As exportações cresceram 34,9% no período, e as importações se mantiveram estáveis, com alta de 0,7% na comparação com o mesmo período do ano passado.


Nos siga no Google News

DICA: Siga o nosso canal do Telegram para receber rapidamente notícias que impactam o mercado.

Leia mais

Veja a previsão do valor do Bitcoin para 2024

Fernando Américo

Especialista: Alta do Bitcoin ainda não começou; previsão de US$ 300.000

Fernando Américo

Bitcoin bate recorde histórico, mas sofre queda brusca em seguida

Fernando Américo

Bitcoin atinge US$ 65 mil e se aproxima de recorde histórico

Fernando Américo

Bitcoin: 90% dos endereços estão no lucro

Fernando Américo

Bitcoin atinge US$ 62.819 e memecoins dominam mercado

Fernando Américo

Deixe seu comentário