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Fundos de investimento têm resgates líquidos de R$ 17,1 bilhões entre janeiro e setembro de 2022

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Os fundos de investimento registraram retiradas líquidas (diferença entre aportes e resgates) de R$ 17,1 bilhões entre janeiro e setembro, segundo dados da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). O resultado, o pior dos últimos cinco anos, é 104,1% menor que o do mesmo período de 2021, quando a captação líquida foi de R$ 414,7 bilhões.

“O desempenho dos fundos foi impactado por diversos fatores, como a corrida eleitoral, a escalada da inflação, a crescente aversão ao risco e, consequentemente, o aumento da atratividade de produtos de renda fixa isentos de imposto de renda, como os CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) e os CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários)”, disse Pedro Rudge, vice-presidente da ANBIMA.

Mesmo com queda de 60,4% na captação líquida dos fundos de renda fixa, na comparação com o mesmo período de 2021, a classe acumulou saldo líquido positivo de R$ 94,7 bilhões de janeiro a setembro. Os fundos de ações e os multimercados registraram saídas líquidas de R$ 57,9 bilhões e R$ 79,7 bilhões, respectivamente.

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Fiagros

Em agosto, os Fiagros (Fundos de Investimento em Cadeias Agroindustriais) completaram um ano, com patrimônio líquido de R$ 6,2 bilhões e mais de 85 mil cotistas distribuídos em 34 fundos.

“Os Fiagros têm o apelo interessante ao financiar o agronegócio, um segmento relevante para o PIB (Produto Interno Bruto) nacional. Mesmo com pouco tempo de mercado, eles têm tido um bom desempenho, mostrando a decisão acertada da CVM de lançar uma regulação experimental, se apoiando nas regras já existentes dos estruturados”, afirmou Sérgio Cutolo, vice-presidente da ANBIMA.

Atualmente, a modalidade de Fiagro de fundo imobiliário detém maior patrimônio líquido (R$ 5,1 bilhões), número de contas (84 mil) e quantidade de fundos (26) dentre as demais (FIDC e FIP). Segundo Cutolo, esse movimento é natural, uma vez que os fundos imobiliários são produtos mais populares entre os investidores por não terem tíquete mínimo de aplicação e propiciarem isenção fiscal.

Número de contas

O número de contas de fundos subiu 10,1%, passando de 29,7 milhões em agosto de 2021 para 32,7 milhões em agosto deste ano. O crescimento foi impulsionado por mais de 2,3 milhões de novas contas de fundos imobiliários. A classe de renda fixa contabilizou 826,4 mil novas contas, e os multimercados, 291,1 mil.

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Rentabilidades acumuladas

A maioria dos fundos de renda fixa teve rentabilidade positiva no acumulado do ano, com retornos próximos à taxa DI, que fechou o mesmo período em 8,9%. O destaque foi o tipo duração baixa crédito livre (pode manter mais de 20% da carteira em títulos de médio e alto risco de crédito do mercado doméstico ou externo), com 9,9% de retorno. Os tipos dívida externa (investem no mínimo 80% em títulos da dívida externa da União) e investimento no exterior (investem ao menos 40% no exterior), no entanto, apresentaram rentabilidade negativa de 11,2% e 6,2%, respectivamente.

Quase todos os multimercados registraram retorno positivo no período. O melhor desempenho foi o do tipo long and short neutro (faz operações de ativos e derivativos ligados ao mercado de renda variável), que rendeu 20,6% no período. A exceção foi o capital protegido (busca retornos em mercados de risco procurando proteger o principal investido), que acumulou rentabilidade negativa de 10,7% de janeiro a setembro.

Nos fundos de ações merecem destaque os tipos monoação (investem em apenas uma empresa), com retorno de 22,9%, e o rendimento de 20,07% nos FMP-FGTS (Fundos Mútuos de Participação-Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), que possibilitam o uso do FGTS em investimento em estatais em processo de privatização.

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