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Como o mercado vê os candidatos Lula e Bolsonaro?

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A menos de três semanas do segundo turno das eleições que decidirá quem será o próximo presidente do Brasil por mais quatro anos, a pesquisa Ipec, contratada pela Globo e divulgada na última segunda (10), aponta o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com 55% dos votos válidos enquanto Jair Bolsonaro (PL) aparece com 45%. O cenário é estável ao ser comparado com a última pesquisa realizada pela empresa.

Nas últimas semanas, o mercado tem se atentado aos apoios de governadores eleitos e outras personalidades aos candidatos. 

“O apoio de Zema ao Bolsonaro foi visto como positivo, já que MG é a segunda maior praça do Brasil. Mas Ciro Gomes e Tebet apoiando Lula fez o mercado desanimar. O mercado não gostou, não se animou. Isso ocorre porque o que é mais observado pelo investidor é a política fiscal e Lula segue como incógnita, já que não oficializou nenhum nome da equipe econômica. Já com Bolsonaro, o mercado se sente mais confortável, pois conhece os posicionamentos“, afirma Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos.

Marcus Labarthe, sócio-fundador da GT Capital, acredita que o fato de Lula não revelar nomes da equipe econômica acaba sendo algo negativo, na visão do mercado. 

“Lula, em suas entrevistas, tem dito que não vai falar de equipe e ministérios sem ganhar a eleição. Para o mercado financeiro, que gosta de ter um horizonte para análise e ajustes, isso é ruim, já que, sem saber qual será o profissional que irá fazer parte da equipe econômica, não se sabe a linha de atuação nem o histórico, sem assim poder interpretar se Lula vai ter uma política voltada ao social, em que gastos podem ultrapassar o orçamento ou se irá adotar uma linha pró mercado“, diz. 

Pedro Menin, sócio-fundador da Quantzed, concorda que até o segundo turno, é esperado que Lula oficialize algum nome da equipe. 

“Não sendo eleito no primeiro turno, o ex-presidente Lula precisa conquistar votos. E, para isso, deverá revelar mais pontos do seu plano de governo, até então quase que secreto, e nomear um possível ministro da Economia. São esses os grandes medos do mercado até a votação final: a incerteza e o desconhecimento da equipe de ministros de Lula”, comenta.

Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil, acredita que o cenário já está precificado tanto com Lula ou com Bolsonaro eleito. 

“Muito do que pode acontecer nos investimentos de renda variável já está no preço, porém o mercado costuma exagerar na precificação de cenários, sejam eles positivos ou negativos, o que provavelmente levará a uma euforia no dia após o resultado e, consequentemente, a um ajuste de expectativas. Hoje a eleição com o presidente atual sendo eleito representaria a continuidade, que é o que o mercado gosta, com alguma previsibilidade enquanto a oposição traria o novo, com uma política, provavelmente, de expansão fiscal, com mais Estado, mais tributo, e um novo programa quase do zero”, explica.

Marcelo Oliveira, CFA e co-fundador da Quantzed, também acha que, com congresso e senado de maioria centro-direita, qualquer dos candidatos ganhando, a bolsa deve acabar reagindo bem: 

“O que muda mesmo é a natureza das apostas. No caso de Bolsonaro vencendo, cenário positivo para as estatais como Petrobras, Banco do Brasil e Eletrobras. Small caps devem andar bem também. Já no caso de Lula vencendo, acho que as estatais sofrem mais enquanto o setor educacional seria uma boa aposta, dado que Lula pode voltar a fortalecer a questão do FIES, que acaba ajudando esse setor”. 

Nesse momento de volatilidade, Idean aconselha ao investidor ter disciplina e robustez de caixa para aproveitar as oportunidades, fazer diversificação internacional para diminuir o risco Brasil e adotar uma visão mais de longo prazo para os investimentos, o que é fundamental, principalmente, para não sofrer com as oscilações da bolsa.

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