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De acordo com um levantamento do IEDI (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), a indústria de alta tecnologia acumulou déficit de US$ 21,1 bilhões no primeiro semestre de 2022. Isso significa uma alta de 28,6% do indicador, em relação ao mesmo período do ano anterior.
O setor registrou melhora nas exportações durante o período. No entanto, o aumento das importações também cresceu, o que fez com que o saldo comercial se mantivesse no vermelho.
O resultado foi ainda mais negativo no setor de média-alta tecnologia. Nos primeiros 6 meses de 2022, a alta do déficit foi de 34,6%.
“O déficit nos setores de maior intensidade tecnológica reflete, claramente, um problema de competitividade do País, porque esses ramos têm mais etapas, com cadeias produtivas longas. Com cadeias globais longas, as distorções existentes, como tributárias e de infraestrutura, se acumulam.”
Disse Rafael Cagnin, economista-chefe do IEDI.
De acordo com especialistas, o déficit indica que o Brasil apresenta uma economia mais fechada. Assim, não obtém grandes acordos comerciais e posterga o avanço da indústria de ponta mais moderna. “À medida que o País não avança na integração (global), na participação de mais acordos e na redução barreiras no comércio exterior, esses ramos de maior intensidade tecnológica também são prejudicados”, afirma Cagnin.
Indústrias empregavam 7,7 milhões de pessoas em 2020, aponta IBGE
Em 2020, a indústria brasileira compreendia 303,6 mil empresas com uma ou mais pessoas ocupadas. Essas empresas geraram R$ 4 trilhões de receitas líquidas de vendas e pagaram um total de R$ 308,4 bilhões em salários e outras remunerações. Esse resultado envolveu 7,7 milhões de pessoas empregadas no setor industrial.
Os dados constam da Pesquisa Industrial Anual Empresa 2020 (PIA Empresa), divulgada recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o levantamento, as indústrias de transformação concentraram 92,9% do faturamento das empresas industriais em 2020. O segmento de fabricação de produtos alimentícios ocupou a primeira posição no ranking de receita líquida de vendas, com 24,1% do faturamento da indústria brasileira. De 2011 a 2020, esse setor foi o que mais ganhou participação de mercado, com incremento de 5,9 pontos percentuais (p.p.), dos quais 3,6 p.p. foram relativos especificamente ao período 2019-2020.
Além disso, outro destaque foi o setor de fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias, que, em 2011, ocupava a segunda posição no ranking de receita líquida de vendas na indústria e caiu para quarta posição em 2020, perdendo 4,9 p.p. de participação em 10 anos.
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