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Os fundos multimercados têm potencial elevado de retorno em 2023, repetindo o desempenho deste ano. Segundo Renato Santaniello, gestor da Santander Asset Management (SAM), a projeção está baseada no fato destes fundos conseguirem ajustar rapidamente o posicionamento para capturar oportunidades de investimento, já que a projeção é de um ano desafiador, assim como foi 2022.
“Com o cenário global de inflação elevada e persistente, os gestores conseguiram antecipar o movimento que seria necessário nos juros para controlar as expectativas de inflação futura e assumiram posições relevantes para ganhar com a alta de juros. Com isso, além da boa performance comparado ao CDI, os fundos ficaram com risco mais baixo melhorando bastante a relação entre risco e retorno”, afirma Santaniello.
A principal referência de rentabilidade para estes fundos, o índice IHFA, subiu 13,24% em 2022, enquanto o CDI avançou 10,56%. Os dados são até novembro.
Os fundos da família Alocação da SAM são bons exemplos deste desempenho acima do CDI, segundo Santaniello. O fundo Alocação Multiestratégia Crescimento subiu 13,85%; o Alocação Multiestratégia Equilíbrio cresceu 15,94% e o Alocação Multiestratégia Flexível, que combina alocação em fundos Macro e Long Biased, teve alta de 15,85%.
“Os fundos Macro apresentam uma política de investimento ampla, que possibilita uma alocação de risco mais diversificada e mais eficiente. De forma geral, essa classe foi muito bem principalmente pelas apostas feitas no cenário de alta de juros norte-americanos. Os que carregaram posições mais relevantes no mercado de renda fixa global e os que alocam risco de forma mais tática conseguiram capturar bem as oportunidades ao longo dos últimos 12 meses e se destacaram na indústria”, afirma.
O que avaliar
Para quem pretende investir neste tipo de fundo, Santaniello ressalta que é importante avaliar o gestor em janelas de longo prazo para entender como o fundo se comporta em diferentes cenários.
“Mais importante que o histórico de performance é conhecer um pouco sobre os profissionais que fazem a gestão e o processo de investimento. Uma alocação equilibrada, em diferentes estilos de gestão, reduz o potencial de impacto negativo no portfólio”, garante.
Para os que já aplicam em fundos multimercados, a dica do especialista é a diversificação de ativos, ou seja, apostar em diferentes subcategorias.
“A combinação de gestores que assumem posições de longo prazo com gestores que são mais ativos e procuram oportunidades de curto prazo deve trazer uma relação de retorno e risco melhor para o portfólio. Dependendo dos objetivos e do perfil de risco dos investidores, a carteira pode incluir opções de maior risco, mas o importante é sempre obter equilíbrio para conseguir passar por momentos de maior volatilidade”.
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