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2023 é o ano da renda fixa

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A decisão da taxa Selic em si não pareceu tirar o sono dos investidores. Desde julho a taxa de juros básica está em 13,75%, e a expectativa para o início de 2023 é que ela se mantenha “travada”.

Contudo, os rumos podem mudar de acordo com a maneira que o novo governo vai endereçar a questão fiscal, afirma Rodrigo Correa, estrategista de investimentos da BRA BS/.

Taxa Selic x Tempo [Fonte: Boletim Focus]

A insegurança quanto à trajetória da política fiscal gera fortes divergências para o que vem pela frente, explica Beto Saadia, planejador financeiro e especialista em alocação e fundos de investimentos da BRA BS/. “Impressiona a discrepância das expectativas para o futuro da política monetária, com Selic esperada entre 8,5% e 14,5%.”

Investimentos em 2023

“Vale a pena mais do que nunca investir em renda fixa, porque a taxa [Selic] está alta. Os investidores tendem a ganhar sem ‘nenhum’ esforço, sem ‘nenhum’ risco. 2023 vai ser mais um ano focado em renda fixa”, aconselha Rodrigo.

Para obter melhores ganhos, ao investir em renda fixa, não é indicado observar a Selic isoladamente, mas sim comparada à inflação, a fim de identificar a taxa de juro real, isto é, “aquela que remunera o teu dinheiro para além do que dá a inflação”, explica Beto.

“Hoje, a taxa Selic ainda está a 13,75% e a inflação esperada é de 5%. A gente vai ter uma taxa real bem acima de 8%, que é muito alto comparando com nossa história e com o resto do mundo. Ter uma taxa real acima de 8% faz com que a renda fixa seja muito atrativa”, afirma o planejador financeiro.

Já na renda variável, setores muito ligados a crédito, como varejo, veículos, construção civil e imobiliário, devem sofrer. “Tudo que envolve fazer um financiamento, pegar um empréstimo ou parcelar em muitas vezes” será prejudicado, pondera Beto. Setores industriais também tendem a “sofrer um pouco mais” com o custo de capital alto, acrescenta Rodrigo.

Leia mais  É hoje: Copom inicia quinta reunião do ano para definir taxa Selic

Enquanto isso, os bancos devem ser os mais beneficiados, explica o estrategista de investimentos, devido ao aumento da margem de lucro. “Geralmente, os bancos vendem crédito, e esse crédito acaba ficando mais caro.”

Além disso, outros setores não tão ligados ao ciclo econômico, como empresas ligadas ao mercado externo, a commodities ou ao câmbio não devem sentir tanto impacto.


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