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O ano de 2023 foi extremamente desafiador para as startups e, consequentemente, o ecossistema de inovação precisou passar por um ajuste com diminuição do ritmo de investimentos, aumento do ciclo de avaliação de startups e readequação de valores e rodadas de investimentos. E diante deste cenário, o crescimento no mercado de Corporate Venture Capital (CVC) não foi abalado.
Cerca de 88% das empresas brasileiras têm iniciativas CVSs e fazem investimentos pensando em se preparar para disrupções futuras e buscar novas oportunidades, de acordo com levantamento da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP). O número é maior do que a média global, de quase 62%, e revela que o mercado brasileiro percebe o investimento corporativo com mais importância. Gabriela Schirmer, especialista em Direito Corporativo nas áreas de Direito Civil e Direito Societário, destaca que esses dados mostram um amadurecimento do ecossistema de startups e capital de risco.
“A implementação do Corporate Venture Capital é estratégia nevrálgica para qualquer empresa que pretenda permanecer relevante no mercado, aliás, arrisco dizer que é questão de sobrevivência. Não há mais espaço para empresas que veem inovação como inimiga, e quem ainda não incorporou a estratégia no planejamento empresarial já está atrás na corrida do ouro”, diz.
Os motivos do crescimento e adesão ao CVC podem ser explicados pelas suas diferenças em relação ao Venture Capital (VC), uma vez que no primeiro a meta central não é a rentabilização monetária, mas o resultado estratégico para a corporação matriz, com taxas internas de retorno médio entre 10% a 15%, ao passo que no VC a meta primária é o resultado obtido através do capital de risco. Isso mostra que o investimento via CVC tende a ser mais seguro e mais ajustado à empresa investidora, uma vez que a estratégia é pensada especificamente para suas necessidades.
“Há, contudo, algumas questões importantes a serem consideradas quando falamos em CVC. É fundamental que a corporação desenhe uma boa e coerente estratégia, passando pelo alinhamento de expectativas internas, para que fique claro que não pode ser equiparado ao planejamento feito para a expansão através dos M&As”, explica Schirmer, que também é sócia fundadora do PS&S, um escritório de advocacia que integra o Direito a uma visão de negócios para atender clientes da Nova Economia.
Caso tenha interesse na pauta, fico à disposição para fazer a ponte com os especialistas.
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