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O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) se reúne na terça-feira, 20 de junho, para decidir sobre a taxa Selic. De acordo com o Paraná Banco Investimentos, essa deverá ser a última vez no ano que a taxa será mantida em 13,75%.
Segundo Pedro Oliveira, tesoureiro do Paraná Banco Investimentos, o corte na taxa Selic deverá ser anunciado pelo colegiado para a reunião seguinte, em agosto:
“O maior motivo para o Banco Central manter a Selic em 13,75% até o momento é a preocupação com as expectativas de inflação no longo prazo, os núcleos de inflação elevados e a incerteza fiscal. Desde a última reunião do Copom, em 3 de maio, todas essas variáveis mudaram para melhor, principalmente a incerteza fiscal, após a aprovação do novo arcabouço fiscal na Câmara dos Deputados”.
Oliveira explica ainda que a inflação projetada na curva de juros para os próximos 2 anos, chamada inflação implícita, era de 6% no início de maio e recuou para 4,95% nas negociações mais recentes. A inflação projetada pelo Boletim Focus para 2025 e 2026, recuou abaixo de 4% na última divulgação e deve continuar esse movimento de queda, convergindo para algo em torno de 3,5%até a reunião de agosto, criando um cenário favorável para o Banco Central cortar os juros.
Por outro lado, a média dos núcleos de inflação segue pressionada, mas mostrou redução de 6,97% em abril para 6,45% em maio. Já a inflação de serviços, muito relevante na análise do BC, recuou de 7,49% para 6,52% no mesmo período.
“Como ambos os índices continuam em patamares acima de 6%, o Banco Central deve ser cauteloso e começar o ciclo de corte com 0,25 p.p. em agosto,podendo ser ajustado para maior, caso esses indicadores recuem com maior velocidade”, afirma Oliveira.
Sobre a inflação, Oliveira explica que deve fechar o ano próximo a 5%: “A inflação de maio surpreendeu positivamente, isso significa que o trabalho do Banco Central foi efetivo até o momento. Porém, outros fatores estão contribuindo para a inflação desacelerar com maior força, como a restrição no crédito, a queda no preço das commodities e o recuo do dólar. Esses fatores têm ajudado o Banco Central no controle da inflação, o que é mais um motivo para começar o ciclo de corte”.
Em relação ao câmbio, o dólar deve terminar o ano de 2023 em torno de R$ 4,80. O fim do ciclo de alta nos juros americanos está praticamente consolidado, com o mercado precificando corte de juros ainda este ano nos EUA. Isso faz com que a diferença de juros entre Brasil e EUA não oscile muito, ajudando a fortalecer o real. Além disso, a aprovação do arcabouço fiscal e as discussões de demais reformas no Congresso ajudam a atrair capital estrangeiro para o país e fortalecer nossa moeda.
Para os investidores, a renda fixa ainda é a melhor opção, sendo que os papéis pré-fixados são os mais recomendados quando temos um ciclo de queda nos juros. Quanto aos investimentos de longo prazo, os títulos indexados à inflação são uma opção interessante para garantir um ganho real.
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