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Bolsas em Nova York sobem com economia dos EUA desacelerando; Ibovespa cai abaixo de 118 mil pontos devido à realização de lucros e déficit fiscal
Enquanto dados econômicos indicam desaceleração nos Estados Unidos, as bolsas de Nova York encerraram com mais uma alta consecutiva. O setor privado americano registrou a menor criação de vagas em cinco meses, com 177 mil novos empregos em julho, e o PIB do segundo trimestre foi revisado para baixo, a 2,1% anualizados.
Esses números se somam a outros indícios de desaquecimento, reforçando a ideia de que o Federal Reserve encerrou seu ciclo de aumento de juros. Enquanto isso, o Ibovespa, no Brasil, perdeu a marca dos 118 mil pontos devido a vendas de ações em bancos após dois dias de altas significativas e preocupações em relação ao déficit fiscal do governo central.
Dados econômicos indicam desaceleração nos EUA e influenciam alta em NY; Ibovespa sofre com vendas de ações e déficit fiscal
As bolsas em Nova York continuam a subir, acompanhando a tendência de valorização que ganhou força nos últimos dias. No entanto, o cenário que impulsionou essa alta está relacionado a dados econômicos que indicam uma desaceleração na economia dos Estados Unidos.
O setor privado americano adicionou apenas 177 mil novas vagas em julho, marcando a menor criação de empregos em cinco meses. Além disso, o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre foi revisado para baixo, registrando um crescimento de 2,1% em termos anualizados, ao invés dos esperados 2,6%.
Esses números se somam a outros indicadores recentes, incluindo o relatório Jolts, que juntos estão reforçando a percepção de que o Federal Reserve (Fed) pode ter concluído seu ciclo de aumento de taxas de juros.
No cenário interno, o Ibovespa, principal índice de ações brasileiro, não conseguiu sustentar a marca dos 118 mil pontos. As ações dos bancos lideraram as quedas, com investidores realizando lucros após dois dias de ganhos expressivos. Além disso, o humor do mercado foi afetado pelo déficit fiscal acentuado do governo central em julho, o que adicionou uma dose de preocupação ao ambiente de negócios.
Em Nova York, o Dow Jones registrou um aumento de 0,11%, fechando em 34.890,77 pontos, enquanto o S&P500 apresentou um ganho de 0,39%, atingindo 4.515,00 pontos.
O Nasdaq também teve um avanço, subindo 0,54% e fechando em 14.019,31 pontos. Enquanto isso, no Brasil, o Ibovespa encerrou o dia com uma queda de 0,73%, caindo para 117.535,10 pontos. O volume financeiro negociado ao longo do dia totalizou cerca de R$ 16,5 bilhões.
Dólar fecha em alta no mercado brasileiro, apesar da queda global
No cenário financeiro brasileiro, o dólar contrariou as tendências globais e encerrou o dia em alta em relação ao real, refletindo a apreensão dos investidores em relação à situação fiscal do país.
O foco das preocupações se deu após o anúncio de um déficit primário do Governo Central que atingiu a marca de R$ 35,9 bilhões, superando as projeções que apontavam para um déficit de R$ 31,9 bilhões. Esse déficit, referente ao mês de julho, se tornou o segundo maior registrado na série histórica, intensificando as preocupações sobre a capacidade do governo de equilibrar as contas públicas.
As declarações da ministra Simone Tebet também contribuíram para o clima de incerteza no mercado. Ela destacou a necessidade de R$ 168 bilhões em receitas adicionais para que o governo alcance a ambiciosa meta de resultado primário zero em 2024. A ministra também trouxe à tona a questão dos precatórios, alertando que o estoque dessas obrigações deve atingir a marca de R$ 100 bilhões no próximo ano.
No cenário internacional, embora o dólar tenha perdido terreno em relação a outras moedas, devido a dados de emprego abaixo das expectativas nos EUA e à revisão do PIB do segundo trimestre, os investidores permanecem atentos à possibilidade de o Federal Reserve (Fed) adiar a alteração das taxas de juros em sua próxima reunião, agendada para setembro.
No fechamento do mercado, o dólar à vista apresentou uma valorização de 0,30%, alcançando R$ 4,8692. Durante o dia, a moeda oscilou entre R$ 4,8442 e R$ 4,8833. No cenário global, o índice DXY, que mede o desempenho do dólar em relação a uma cesta de moedas, registrou uma queda de 0,32%, ficando em 103,200 pontos. Enquanto isso, o euro apresentou um ganho de 0,38%, alcançando US$ 1,0921, e a libra esterlina subiu 0,57%, atingindo US$ 1,2717.
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