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Petrobras nomeia Luís Fernando Nery, ex-gerente demitido por corrupção, como interino em estratégia para evitar restrições de compliance.
A Petrobras causou controvérsia ao nomear Luís Fernando Nery, ex-funcionário demitido por corrupção, para gerenciar interinamente a Gerência Executiva de Comunicação, controlando um orçamento significativo para publicidade e patrocínios.
Apesar de ter sido vetado anteriormente pelo comitê de conformidade da empresa devido a irregularidades passadas, Nery foi acomodado como assessor especial da presidência, um cargo que não exige aprovação de compliance. Durante cinco meses, ele já vinha influenciando decisões importantes na área de publicidade e patrocínio, apesar de sua remuneração e papel oficial não serem públicos devido ao status de capital misto da Petrobras.
Nomeação de gerente demitido por corrupção levanta questões de governança na Petrobras
Em um movimento que levantou questões sobre governança corporativa e ética, a Petrobras nomeou Luís Fernando Nery como gerente interino da Gerência Executiva de Comunicação, apesar de seu passado controverso na empresa. Nery, que já havia ocupado o cargo entre 2015 e 2016, foi demitido em 2019 após uma investigação interna revelar seu envolvimento em desvios de verbas de publicidade e eventos.
A tentativa inicial de reintegrá-lo como gerente executivo foi barrada pelo comitê de conformidade da Petrobras, mas o CEO da estatal, Jean Paul Prates, encontrou uma brecha ao nomeá-lo assessor especial da presidência, uma posição que escapa das restrições de compliance. Neste papel, Nery já vinha exercendo influência nas decisões de publicidade e patrocínio da empresa, com um salário reportado de R$ 63 mil.
A nomeação de Nery como “substituto eventual” permite que ele ocupe o cargo por até 180 dias, uma manobra que, segundo funcionários da área de comunicação, já o coloca no comando desde fevereiro. A Petrobras confirmou a nomeação de Nery, mas não esclareceu os motivos por trás da decisão ou se ele passará por uma nova avaliação de compliance.
A situação gerou desconforto interno e externo, com críticas apontando para uma possível erosão das práticas de governança na empresa. A conexão de Nery com figuras influentes e sua história na empresa, incluindo episódios de uso indevido de sua posição para benefício pessoal, como no caso da escola de samba Portela, adicionam camadas de complexidade ao caso. A decisão de nomeá-lo, apesar das violações passadas, sugere um desafio para a Petrobras em equilibrar influências políticas com a necessidade de manter padrões rigorosos de conformidade e ética.
Retorno controverso de ex-Gerente à Petrobras desafia normas de compliance
A nomeação, efetivada em 1º de outubro, foi uma manobra do CEO da Petrobras, Jean Paul Prates, que enfrentou a oposição do comitê de conformidade da empresa ao tentar nomear Nery como gerente executivo.
Contornando o veto, Prates nomeou Nery como assessor especial da presidência, posição que não requer a aprovação do comitê de compliance. Nesse papel, Nery já exercia influência significativa nas decisões de publicidade e patrocínio da empresa, com um salário reportado de R$ 63 mil.
Segundo informações da coluna de Malu Gaspar em O Globo, Prates justifica a nomeação de Nery como uma indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o que sugere motivações políticas por trás da decisão.
A situação levanta preocupações sobre a integridade das práticas de governança na Petrobras, especialmente em um momento em que a empresa busca reconstruir sua imagem após os escândalos de corrupção dos últimos anos. A nomeação de Nery, apesar de seu histórico, é vista por muitos como um retrocesso nos esforços da Petrobras para fortalecer sua conformidade e ética empresarial.
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