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Entrada de capital externo é o menor em 15 anos no Brasil

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Estrategista do Deutsche Bank aponta que a incerteza fiscal no Brasil está inibindo a entrada de capital estrangeiro no país.

A recente incerteza fiscal no Brasil, especialmente em relação à meta fiscal para 2024, tem gerado ceticismo entre investidores globais, afetando negativamente a entrada de capital estrangeiro no país.

Drausio Giacomelli, estrategista-chefe para mercados emergentes do Deutsche Bank, destaca que a falta de confiança no ambiente fiscal brasileiro e as mudanças no arcabouço fiscal já aprovado contribuem para essa percepção negativa.

Desconfiança global freia investimentos no Brasil devido a incertezas fiscais e políticas econômicas

O Brasil enfrenta um momento de desconfiança por parte dos investidores internacionais, principalmente devido às incertezas fiscais e à falta de clareza nas políticas econômicas.

Segundo Drausio Giacomelli, estrategista-chefe para mercados emergentes do Deutsche Bank, a situação fiscal do país tem sido um fator crucial que inibe a entrada de capital estrangeiro. A recente declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, indicando que a meta de zerar o déficit primário em 2024 é improvável, apenas intensificou essa percepção negativa.

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Investidores estrangeiros retiraram significativas quantias de ações e fundos de investimento no Brasil nos últimos meses, refletindo a crescente cautela em relação ao mercado brasileiro. Além disso, o cenário global de juros elevados e a reprecificação dos ativos no mercado internacional, com expectativas de manutenção de juros altos pelo Federal Reserve, contribuem para o ambiente de incerteza.

Giacomelli enfatiza a necessidade de o Brasil adotar uma política econômica mais pragmática, alinhada ao cenário global, para aproveitar as oportunidades de um rearranjo político internacional. Ele sugere que o país deveria focar em reduzir riscos fiscais e monetários, além de buscar uma maior inserção na cadeia de comércio internacional, diminuindo a dependência das exportações para a China.

Investimento estrangeiro sob governo Lula despenca 40%

O Investimento Direto no País (IDP) no Brasil registrou uma entrada líquida de apenas US$ 44,9 bilhões no acumulado de janeiro a outubro de 2023, marcando uma queda de 39,8% em comparação com o mesmo período de 2022.

Este valor é o menor registrado para o período desde o início da pandemia de covid-19 em 2020, refletindo um cenário econômico desafiador para o país.

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O IDP é uma medida crucial da saúde econômica de um país, indicando o saldo da entrada e saída de recursos voltados para investimentos de longo prazo, como negócios, empresas, abertura de filiais multinacionais e obras de infraestrutura. A queda observada no Brasil é significativa, pois antes de 2020, o IDP não havia registrado valores tão baixos desde 2009.

Apesar dessa queda, o mercado financeiro, segundo o Boletim Focus, aumentou sua projeção para o saldo do IDP em 2023 de US$ 62,6 bilhões para US$ 62,8 bilhões. Para 2024, espera-se uma aceleração do IDP para US$ 70 bilhões. No entanto, o saldo do IDP totalizou US$ 57,5 bilhões no acumulado de 12 meses até outubro de 2023, representando 2,74% do Produto Interno Bruto (PIB), uma queda em relação aos US$ 74,5 bilhões registrados em outubro de 2022.

Em outubro de 2023, o saldo do investimento direto no país foi de US$ 3,3 bilhões, uma queda de 43,3% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Este dado ressalta a necessidade de medidas para estimular o investimento estrangeiro no Brasil e fortalecer a economia do país em um período pós-pandemia.

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