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- Banco Central do Brasil é visto como a principal âncora de confiança diante da piora das condições fiscais.
- Alberto Ramos, do Goldman Sachs, indica crescente possibilidade de aumento na taxa Selic devido a desequilíbrios econômicos.
- IPCA acima do esperado aumenta pressão para manter a Selic em 10,50%; cortes na próxima reunião do Copom são improváveis.
- Mercado prevê possível aumento na Selic para 11% até o final do ano, refletindo preocupações com a estabilidade fiscal.
- Declarações do ministro da Fazenda sobre cortes de despesas trouxeram alívio temporário, mas incertezas persistem.
- Ramos critica expansão fiscal recente como injustificada; destaca papel crucial do Banco Central como âncora econômica.
De acordo com Alberto Ramos, economista-chefe para a América Latina do Goldman Sachs, em entrevista a Bloomberg, o Banco Central (BC) do Brasil se tornou a principal âncora de confiança do mercado diante do agravamento da situação fiscal do país. Os riscos de alta na taxa Selic estão aumentando, embora ainda sejam baixos. Ramos na entrevista, que há uma possibilidade crescente de que o desequilíbrio econômico force o BC a elevar a taxa básica de juros.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgado recentemente ficou acima do esperado, aumentando a pressão sobre o BC. Combinado aos riscos fiscais, isso torna improvável um corte na taxa Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Atualmente, a taxa está em 10,50% ao ano, e deve permanecer nesse nível até que os riscos econômicos diminuam e a inflação se alinhe com a meta de 3%.
O mercado de juros, que antes esperava uma redução na Selic, agora prevê a possibilidade de um aumento, podendo chegar a 11% até o final do ano. Essa mudança nas expectativas reflete a crescente preocupação com a estabilidade fiscal do país.
A situação se intensificou após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, expressar suas preocupações sobre as perspectivas fiscais em uma reunião fechada com investidores. Apesar de uma recente declaração do ministro sobre a apresentação de opções para cortes de despesas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter trazido algum alívio ao mercado, os contratos de juros futuros para janeiro de 2029 permanecem próximos dos níveis mais altos desde maio de 2023.
Ramos criticou a expansão fiscal observada em 2023 e 2024, classificando-a como injustificada e destacando que seus custos estão se tornando aparentes. “Nesta fase, a única âncora macroeconômica crível é o Banco Central”, afirmou Ramos, enfatizando a importância da política monetária para manter a estabilidade econômica em meio às incertezas fiscais.
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