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A Beefund, empresa acusada de operar um possível esquema de pirâmide financeira, anunciou recentemente uma mudança radical em sua política de saques, forçando seus investidores a aceitar uma nova criptomoeda própria, chamada BEEB 2.0, como meio de pagamento. O anúncio gerou uma onda de indignação entre os clientes, que já enfrentavam dificuldades com saques bloqueados e falta de suporte por parte da empresa.
Desde o início de 2024, a Beefund vem enfrentando uma série de problemas com reclamações de investidores insatisfeitos pela falta de pagamento de seus rendimentos. A empresa, que prometia grandes retornos, falhou em normalizar as operações, e foi rotulada como “Não Recomendada” no Reclame Aqui, um site brasileiro de queixas de consumidores.
Lançamento do BEEB 2.0: Criptomoeda própria causa revolta
Na última sexta-feira (18), a Beefund pegou seus clientes de surpresa ao anunciar o lançamento do BEEB 2.0, um token digital que substituirá os saques em dinheiro. A empresa alegou que enfrenta problemas de capacidade no sistema bancário para processar os pagamentos, o que a levou a criar sua própria criptomoeda.
Em um comunicado, a Beefund explicou que todos os fundos dos investidores serão automaticamente convertidos em tokens BEEB 2.0 na proporção de 1:1, assegurando que os ativos estariam “protegidos” e continuariam a crescer no “novo ecossistema”. No entanto, a empresa não forneceu detalhes concretos sobre as exchanges que irão listar o token, gerando ainda mais incertezas entre os investidores.
“Temos o prazer de anunciar novidades importantes para você! Devido à limitada capacidade de processamento do sistema bancário, muitos utilizadores enfrentam dificuldades em receber os seus investimentos e rendimentos em tempo útil. Com o objetivo de melhorar o atendimento aos nossos usuários, decidimos atualizar a plataforma Beefund original. Agora você poderá possuir e compartilhar uma nova geração de ativos digitais: BEEB 2.0,” disse a empresa em nota pública.
Histórico de pirâmides financeiras e criptomoedas próprias
O anúncio do BEEB 2.0 foi imediatamente associado a estratégias comuns em esquemas de pirâmides financeiras, que, ao entrarem em colapso, lançam criptomoedas próprias como uma tentativa de ganhar tempo e evitar saques em dinheiro. No Brasil, vários exemplos anteriores, como as criptomoedas Easticoin (EST), TreepToken e WeMake Cap (WCP), seguiram o mesmo padrão. Esses tokens acabaram perdendo valor de mercado e deixaram os investidores sem retorno financeiro, aumentando o temor de que o mesmo ocorra com o BEEB 2.0.
De acordo com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Beefund não possui autorização para emitir novos tokens no mercado brasileiro, o que agrava a situação, pois a empresa parece estar desafiando a regulamentação nacional.
Reclamações no Reclame Aqui e suspeita de golpe premeditado
O anúncio do BEEB 2.0 gerou uma enxurrada de reclamações no Reclame Aqui, com investidores desesperados para reaver seus fundos. Um cliente de Cotia (SP) questionou se a empresa pode mudar a forma de pagamento de maneira arbitrária e sem aviso prévio. Outro investidor de Goiânia (GO) foi além, acusando a Beefund de ter premeditado um golpe, ao transferir os saldos dos investidores para uma criptomoeda cuja liquidez e valor são questionáveis.
“Agora, com a oferta desse novo token, muitos investidores acreditam que poderão sacar seus valores, simplesmente por desconhecerem como funciona o mercado de criptomoedas,” desabafou um investidor.
Segundo ele, a empresa estaria explorando a vulnerabilidade e a falta de conhecimento dos clientes sobre o funcionamento real dos ativos digitais.
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