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Brasil tem mais um déficit bilionário em conta-corrente

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As contas externas do Brasil registraram déficit de US$ 6,5 bilhões em setembro.

Nesta terça-feira (29), o Banco Central (BC), divulgou o relatório de estatística do setor externo, informando que as contas externas do Brasil registraram déficit de US$ 6,5 bilhões em setembro. No mesmo período do ano passado, o saldo das contas correntes tiveram superávit de US$ 268 milhões.

De acordo com informações, nos 12 meses encerrados em setembro de 2024, o déficit em transações correntes somou US$ 45,8 bilhões, isto é, o equivalente a 2,07% do Produto Interno Bruto (PIB).

Já a balança comercial brasileira teve superávit de US$ 4,8 bilhões em setembro. No mesmo período do ano passado, o saldo positivo foi de US$ 8,5 bilhões.

Pior que pandemia: Brasil tem déficit de R$ 230 bi em 2023

Em 2023, o governo Lula registrou deficit primário de R$ 230,54 bilhões em suas contas públicas. Esse foi o 2º pior resultado da série histórica, iniciada em 1997. O saldo negativo só não foi menor que em 2020, o primeiro ano da pandemia de covid-19.

Segundo informações, o deficit de R$ 230,54 bilhões foi potencializado pelo pagamento de R$ 92,388 bilhões em precatórios, dívidas judiciais que não podem mais ser contestadas no Judiciário. 

O deficit de 2023 corresponde a 2,1% do PIBbem acima da promessa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de ter um rombo de até 1% do PIB.

As contas do governo federal voltaram a ficar no negativo depois de registrar superavit de R$ 51,6 bilhões em 2022, em termos reais –corrigidos pela inflação. De 2022 a 2023, as contas públicas pioraram em R$ 282,5 bilhões em termos reais, corrigidos pela inflação.

Déficit primário caiu para R$ 21,4 bi e dívida bruta atinge 78,5% em agosto

O setor público consolidado do Brasil registrou um déficit primário de R$ 21,4 bilhões em agosto. Dessa forma, apresentando uma leve melhora em relação ao saldo negativo de R$ 22,8 bilhões no mesmo mês do ano passado. Essa informação foi divulgada nesta segunda-feira (30) pelo Banco Central, que também reportou que, nos últimos doze meses, o déficit acumulado atingiu R$ 256,3 bilhões. Assim, equivalente a 2,26% do PIB. Esse resultado representa uma queda de 0,03 ponto percentual em comparação ao déficit acumulado até julho.

Vários fatores contribuíram para essa redução, incluindo os impactos dos juros nominais, que adicionaram 0,6 ponto percentual ao total, e do déficit primário, que acrescentou 0,2 ponto percentual. Em contrapartida, a variação do PIB nominal teve um efeito negativo de -0,4 ponto percentual, enquanto os ajustes da dívida externa líquida representaram -0,2 ponto percentual.

Em termos anuais, a Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) subiu 1,1 ponto percentual do PIB. Dessa forma, influenciada principalmente pelos juros nominais (+5,3 p.p.) e pelo déficit primário (+0,8 p.p.). Outros fatores, como o reconhecimento de dívidas (+0,2 p.p.) e o efeito do crescimento do PIB nominal (-2,5 p.p.), também impactaram o resultado. A desvalorização cambial acumulada no ano, que chegou a 16,8%, contribuiu negativamente em -1,8 ponto percentual. Enquanto isso, ajustes da dívida externa líquida e privatizações tiveram impactos de -0,5 e -0,3 ponto percentual, respectivamente.

A dívida bruta

A Dívida Bruta do setor público, que inclui o Governo Federal, o INSS e os governos estaduais e municipais, alcançou 78,5% do PIB (equivalente a R$ 8,9 trilhões) em agosto de 2024. Este valor representa um aumento de 0,2 ponto percentual em relação ao mês anterior. Um resultado principalmente da evolução dos juros nominais apropriados (+0,7 p.p.) e da variação do PIB nominal (-0,5 p.p.).

No acumulado do ano, a Dívida Bruta subiu 4,1 pontos percentuais do PIB, impulsionada pela incorporação de juros nominais (+5,1 p.p.) e pela emissão líquida de dívida (+1,3 p.p.). O efeito da desvalorização cambial (+0,7 p.p.) e o crescimento do PIB nominal (-3,1 p.p.) também desempenharam papéis significativos nessa trajetória.

Por fim, a Dívida Líquida do Setor Público atingiu 62,0% do PIB (ou R$ 7,0 trilhões) em agosto, apresentando um aumento de 0,2 ponto percentual em relação ao mês anterior, reforçando a necessidade de monitoramento cuidadoso das contas públicas e das estratégias fiscais para enfrentar os desafios econômicos atuais.

Déficit primário: entenda

O déficit primário é a diferença negativa entre as receitas e despesas do governo, excluindo os pagamentos de juros da dívida pública. Em outras palavras, ele mostra se o governo está gastando mais do que arrecada, sem considerar os custos de financiamento da dívida existente. 

Um déficit primário indica que, mesmo sem os encargos da dívida, as finanças públicas não são sustentáveis, o que pode levar a um aumento da dívida total ao longo do tempo. É, contudo, um indicador importante da saúde fiscal de um país.


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