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Klabin celebra acordo com uma Timber Investment Management Organization

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A Klabin fará aporte de 23 mil hectares de florestas plantadas e 4 mil hectares de terras produtivas.

Na terça-feira (29), a Klabin celebrou acordo com uma Timber Investment Management Organization (TIMO), veículo de investimentos criado por investidores institucionais para investir em florestas, para exploração da atividade florestal nos Estados do Paraná, São Paulo e Santa Catarina (Projeto Plateau).

De acordo com comunicado, foram criadas 04 sociedades de propósito específico (SPEs), que serão controladas pela Klabin e compostas por parte dos ativos florestais oriundos do Projeto Caetê.

Além destes, a Klabin fará aporte de 23 mil hectares de florestas plantadas e 4 mil hectares de terras produtivas, enquanto a TIMO vai aportar de R$ 1,8 bilhão em caixa, sendo a primeira parcela na data do fechamento do Projeto Plateau e o restante previsto para o segundo trimestre de 2025.

Klabin capta R$ 1,8 bi ao firmar parceria com investidor em terras excedentes

Klabin anunciou uma significativa captação de recursos, atraindo um investidor que injetará R$ 1,8 bilhão em seu caixa, tornando-se sócio da companhia em terras excedentes do projeto Caetê. A Klabin firmou este acordo com uma TIMO (Timber Investment Management Organization). Um veículo de investimento que instituições criaram para focar na gestão de florestas.

Embora a maioria das TIMOs operantes no Brasil sejam de origem americana ou europeia, a Klabin não revelou a identidade do investidor. Mas mencionou já ter realizado operações anteriores com o mesmo parceiro. No cenário brasileiro, a TTG, do BTG Pactual, é a única TIMO de destaque.

O que envolve o acordo

O acordo envolve a criação de quatro Sociedades de Propósito Específico (SPEs) controladas pela Klabin, que deterá 57% do capital total. Ainda, divididos entre 16% das ações preferenciais (PNs) e 92% das ações ordinárias (ONs), enquanto a TIMO ficará com o restante. A Klabin aportará 60 mil hectares de terras produtivas para essas SPEs, sendo que a maioria pertence ao projeto Caetê. Contudo, anunciado em dezembro do ano passado, além de outros terrenos já existentes na companhia.

O CFO Marcos Ivo explicou que a criação das quatro SPEs foi uma estratégia para “respeitar a vocação de cada área.” Algumas regiões serão mais adequadas para a venda da terra para agricultura, enquanto outras poderão gerar mais valor através do replantio.

Ivo ressaltou que a transação está alinhada com os planos da Klabin para a aquisição do Caetê, mas de uma forma mais eficiente do que a venda gradual de terras, que levaria até 13 anos para atingir resultados semelhantes.

“Estamos entregando a monetização do excedente de maneira antecipada e mais inteligente,” disse Ivo. 

“Com essa operação eu já tiro quase tudo do balanço de uma vez, e vou ter um parceiro que vai ficar plantando madeira e abastecendo a gente.”

Além de aumentar a liquidez, a transação contribuirá para a desalavancagem da Klabin. A companhia encerrou o segundo trimestre com uma relação de dívida líquida de 3,2 vezes o EBITDA, número que deve ter subido para 3,9 vezes no terceiro trimestre, devido ao pagamento da aquisição do Caetê.

Expectativa de alavancagem

Com a nova operação, a expectativa é que a alavancagem caia em 0,2 vezes, segundo Ivo. Além disso, a Klabin projeta aumentar sua produção em 200 mil toneladas no próximo ano, contribuindo ainda mais para a redução da alavancagem.

“Estamos no momento de colher frutos dos investimentos que fizemos e vamos entrar num processo acelerado de desalavancagem,” disse o CFO. 

Paralelamente ao anúncio do investimento da TIMO, a Klabin implementou mudanças em suas políticas financeiras, buscando aprimorar a disciplina financeira e a alocação de capital. A nova política de endividamento torna o limite máximo mais restritivo, reduzindo de 4,5 vezes para 3,9 vezes o EBITDA e diminuindo o período permitido para essa alavancagem de 24 meses para apenas 12 meses. 

A companhia também ajustou sua política de dividendos, estabelecendo uma nova faixa de distribuição mínima de 10% a 20% do EBITDA, em vez do intervalo anterior de 15% a 25%.

“Tudo isso é uma mensagem de confiança na desalavancagem que vem pela frente,” completa Ivo. 

Esta não é a primeira vez que a Klabin realiza transações com TIMOs; desde 2018, a empresa completou cinco operações com quatro parceiros distintos, além de dois follow-ons. No entanto, esta operação é a maior até agora, somando quase o mesmo montante das operações anteriores, que totalizam R$ 1,9 bilhão.

Além disso, a Klabin poderá receber uma tranche adicional de R$ 900 milhões no segundo trimestre do próximo ano, proveniente de um co-investidor que já está associado à TIMO e está considerando participar diretamente da transação. Se essa tranche se concretizar, a Klabin poderá ver sua participação nas SPEs diluída, mas a empresa manterá o controle dos negócios.


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