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O índice Bovespa, principal indicador do desempenho do mercado de ações brasileiro, acumula uma desvalorização de 19% em dólares no ano de 2024, segundo levantamento da consultoria Elos Ayta. Somente no mês de outubro, a bolsa brasileira caiu 7,2%, posicionando-se como a segunda pior bolsa do mundo entre os 20 principais índices globais. O Ibovespa ficou atrás apenas do índice IPyC do México, que registrou perdas de 25,4% no mesmo período, em meio a incertezas macroeconômicas no país.
A desvalorização do Ibovespa em 2024 reflete um cenário de ceticismo do mercado em relação ao comprometimento fiscal do Governo Federal e a desancoragem das expectativas de inflação. Com isso, o ambiente de juros elevados prevalece, descartando a possibilidade de uma Selic de um dígito, que era esperada no início do ano. Em contrapartida, o CAC 40 da França se destacou como a terceira pior bolsa do mundo, com um recuo de 3,84% no acumulado de 2024.
Destaques positivos e negativos
Enquanto o Ibovespa amarga um desempenho negativo, o S&P Merval da Argentina se sobressai como o índice de melhor desempenho no ano, com uma valorização de 63,4% em dólares. Esse crescimento é parcialmente atribuído à correção pela inflação, que permanece em níveis elevados, próximos a 200% em uma janela de 12 meses. Em outubro, a bolsa argentina foi a única a apresentar valorização em dólares, com um ganho de 6,7%.
Outros índices que se destacaram positivamente em 2024 incluem o FTSE China 50, com um aumento de 27,56%, e o Nasdaq, que registrou uma valorização de 20,5%. O mercado chinês tem se recuperado graças à revitalização de setores estratégicos, enquanto o Nasdaq se beneficia de fortes resultados das companhias de tecnologia, como a Nvidia, cujas ações subiram 181% no ano.
Revisões e projeções
Em um cenário de quedas, analistas têm revisado para cima as projeções do Ibovespa. No início de setembro, algumas instituições elevaram suas expectativas para o principal índice da bolsa brasileira. O Itaú BBA, por exemplo, revisou a meta para 2025 de 145 mil pontos para 165 mil pontos. Da mesma forma, analistas da XP ajustaram suas projeções de 147 mil pontos para 155 mil pontos, destacando a performance da bolsa em agosto, quando o fluxo estrangeiro foi positivo em R$ 9,7 bilhões.
A XP Investimentos vê os setores de Bancos, Alimentos & Bebidas, Construtoras, Mineração & Siderurgia e Papel & Celulose como os mais atrativos, com múltiplos favoráveis e revisões de lucros positivas. Entre as ações de destaque estão BRF (BRFS3), CBA (CBAV3), C&A (CEAB3), Direcional (DIRR3), Energisa (ENGI11), Unifique (FIQE3), JBS (JBSS3) e Unipar Carbocloro (UNIP6).
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