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- O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, minimizou as críticas internas do PT, destacando que as medidas de ajuste fiscal são necessárias para garantir a estabilidade econômica e beneficiar os trabalhadores
- Setores do PT, incluindo a presidente Gleisi Hoffmann, se opõem à redução de gastos em áreas essenciais como saúde e educação, temendo impacto negativo na imagem do partido
- Haddad comentou a PEC da deputada Erika Hilton (PSOL), que propõe o fim da escala 6×1, dizendo que o governo está atento às questões trabalhistas, mas evitou se posicionar diretamente sobre a proposta
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, respondeu às críticas internas do Partido dos Trabalhadores (PT) sobre o pacote de ajuste fiscal. Contudo, que está sendo elaborado pela equipe econômica do governo. Em declarações recentes, Haddad afirmou que as divergências dentro do partido são naturais em um sistema democrático e que o debate faz parte do processo de construção das políticas públicas.
No entanto, ele reforçou que as medidas propostas são necessárias para garantir a estabilidade econômica e o bem-estar dos brasileiros, em especial dos trabalhadores.
“Nós estamos vivendo numa democracia, felizmente, é natural que haja o debate. Nós estamos muito seguros do que nós estamos fazendo. É para o bem dos trabalhadores. Controlar a inflação é parte do nosso trabalho. Manter a atividade econômica é parte do nosso trabalho. É um equilíbrio. É um equilíbrio entre variáveis importantes para todos os brasileiros”, aponta o ministro.
O ministro também destacou que o pacote fiscal visa garantir a sustentabilidade da economia brasileira a longo prazo. Ele ressaltou que, apesar de alguns desafios pontuais, como o impacto do choque de oferta em itens específicos, a economia brasileira segue em um momento de crescimento.
“Mas nós queremos crescer com baixa inflação e crescimento do salário”, disse.
Ajuste tem gerado intensos debates
Contudo, o ajuste fiscal tem gerado intensos debates, principalmente dentro do próprio PT e entre os aliados do governo no Congresso. A proposta de contenção de gastos, que ainda está sendo moldada, não inclui detalhes definitivos sobre quais áreas poderiam sofrer cortes.
No entanto, a pressão interna é grande, especialmente de setores ligados à educação, saúde e assistência social. Muitos temem que os cortes nessas áreas possam impactar negativamente a imagem do partido. Contudo, especialmente após os resultados das últimas eleições municipais, que enfraqueceram a esquerda em diversas regiões do país.
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, tem se manifestado contrária à ideia de que setores essenciais como saúde e educação possam ser alvo de redução de recursos. Essa preocupação reflete o receio de que tais medidas possam prejudicar o apoio popular. Especialmente entre as classes mais vulneráveis, que são as principais beneficiárias dos investimentos nessas áreas.
PEC da escala 6X1
Além disso, Haddad se manifestou sobre outra questão polêmica que está ganhando destaque nas discussões políticas: a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da deputada Erika Hilton (PSOL-SP). Que propõe o fim da jornada de trabalho de seis dias seguidos com um de descanso (6×1).
A PEC gerou ampla repercussão nas redes sociais e entre parlamentares, mas não conseguiu reunir o número necessário de assinaturas para avançar com a tramitação. Apesar disso, a proposta segue sendo debatida e continua a figurar como um tema relevante nas discussões sobre os direitos trabalhistas.
Sobre o tema, Haddad afirmou que não teve tempo de acompanhar o debate de forma detalhada. Mas deixou claro que o governo está “atento às discussões sobre a melhoria das condições de trabalho no Brasil”. Ele evitou se posicionar diretamente sobre a PEC, mas enfatizou que qualquer mudança na legislação trabalhista deve ser discutida de maneira cuidadosa. Assim, levando em consideração os impactos sobre os trabalhadores e a economia como um todo.
O ministro também destacou que o governo tem como prioridade a manutenção do equilíbrio fiscal. Assim, com ênfase no controle da inflação e na promoção de um crescimento econômico sustentável.
“Nosso objetivo é encontrar um equilíbrio entre as necessidades fiscais do país e a proteção dos direitos sociais”, afirmou Haddad. Ainda, ressaltando que a estabilidade econômica é a chave para garantir avanços em outras áreas, como emprego e distribuição de renda.
Embora o pacote de ajuste fiscal ainda não tenha todos os detalhes definidos, a expectativa é que as discussões se intensifiquem nas próximas semanas, à medida que o governo busca chegar a um consenso interno e externo sobre as medidas a serem adotadas. A pressão de setores do PT, junto com a necessidade de manter a confiança da população, coloca o governo em uma posição difícil. Mas Haddad se mostrou confiante de que será possível conciliar as demandas fiscais com a proteção dos direitos sociais.
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